Agência da ONU aposta que fenômeno climático La Niña perderá força

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, informou que a tendência de resfriamento causada pelo fenômeno climático La Niña, que surgiu em dezembro, não deve se prolongar.

Os Centros de Produção Global para Previsões Sazonais da agência da ONU revelam que os níveis atuais de temperaturas mais baixas do que a média da superfície do mar no Pacífico equatorial deverão regressar ao normal. 

Primavera boreal e barreiras

Segundo a OMM, existe uma probabilidade de 60% de que as condições voltem a ser neutras para Enso (nem El Niño nem La Niña) durante março a maio. Mas essa possibilidade pode subir para 70% a partir do próximo mês indo até junho.

A incerteza nas previsões de longo prazo é maior do que o habitual devido à barreira de previsibilidade da primavera boreal, um desafio presente em estimativas de longo prazo de ambos os fenômenos climáticos.

Especialistas afirmam que os estudos são importantes para planejar alertas precoces. Os dados também integram uma gama de serviçõs da OMM para países e outras partes interessadas que utilizam a informação em suas decisões e políticas.

Alertas salvam vidas e economizam milhões de dólares

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, afirma que as previsões também geram economia com gastos desnecessários no valor de milhões de dólares para as áreas de agricultura, a energia e os transportes.

Isso salva milhares de vidas e reduz o risco de catástrofes naturais.

O fenômeno La Niña refere-se ao arrefecimento em grande escala das temperaturas da superfície oceânica no Oceano Pacífico equatorial central e oriental, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical, incluindo mudanças nos ventos, pressão e padrões de precipitação.

Normalmente, o La Niña traz impactos climáticos opostos ao El Niño, especialmente nas regiões tropicais.

A OMM lembra que o primeiro mês deste ano foi o janeiro mais quente já visto, apesar das fracas condições de La Niña estarem presentes desde dezembro passado, quando as anomalias observadas na temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial ultrapassaram o limiar de La Niña.