Nos primeiros três meses deste ano, mais de 135 mil pessoas cruzaram a Selva de Darién entre Colômbia e Panamá para chegar à América do Norte. A maioria desses migrantes corre riscos sérios como doenças infecciosas, violência, exploração e condições ambientais adversas.

Para a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, que é o braço da Organização Mundial da Saúde na região, os países latino-americanos devem fortalecer programas de vigilância sanitária e melhorar as condições que garantam a saúde dos migrantes.

Estados Unidos

O apelo foi feito após o lançamento, na semana passada, do relatório “Desafios no acesso à saúde para migrantes em trânsito na Região de Darién”. 

Um migrante da Venezuela conversa com sua família depois de cruzar s selva de Darién em direção à América Central

O diretor da Opas, o médico brasileiro, Jarbas Barbosa, lembra que milhões de migrantes continuam sendo impactados, de forma desproporcional, pelos resultados negativos de saúde nas Américas.

O trajeto na Selva de Darién é perigoso. Nos últimos dois anos, o movimento de cruzamento de fronteira da Colômbia com o Panamá tem aumentado com pessoas em busca de chegar à América do Norte, especialmente aos Estados Unidos.

E não são somente migrantes que fogem da instabilidade econômica na América Latina e no Caribe, mas também pessoas que escapam de conflitos e situações adversas em outras partes do mundo.

Somente neste ano, atravessaram a Selva de Darién cidadãos de países como Colômbia, Equador, Haiti, Peru e Venezuela, Afeganistão, Angola, Bangladesh, China e Índia. As partes mais inóspitas da travessia são agravadas por animais selvagens, temperaturas extremas e casos de violência.

Mães com bebês, pessoas com deficiência

O relatório da Opas revela que os níveis de vulnerabilidade dos migrantes subiram, nos últimos anos, por causa de um aumento de pessoas com deficiência, mulheres sozinhas, e algumas grávidas, mas também com bebês além de adolescentes e outros menores desacompanhados.

Migrantes fogem da instabilidade econômica, conflitos e situações adversas

A agência da ONU alerta para casos de migrantes que não passaram por tratamento pré-natal, contra doenças como diabetes, HIV e hipertensão. Outro problema é a falta de acesso a serviços de saúde reprodutiva e sexual. Migrantes que precisam de cuidados de saúde mental ou sem acesso a serviços de saúde, saneamento, higiene ou água potável.

Muitos apresentam lesões cutâneas, dormem ao relento, têm problemas respiratórios ou de infecções causadas por comida contaminada, a principal causa de morte entre migrantes que cruzam a fronteira entre Colômbia e Panamá.

Seis medidas para reduzir os riscos aos migrantes

O relatório propõe seis medidas para melhorar a situação dos migrantes e reduzir os riscos. 

  • Fortalecer a coordenação entre os países assim como parcerias mais alinhadas e atempadas para responder às situações de saúde.
  • Melhorar o acesso aos serviços de saúde para migrantes em trânsito assim também para os países de acolhimento. 
  • Reforçar vigilância de saúde e gerenciamento de informações em linha com as Regulações Internacionais de Saúde.
  • Reforçar a capacidade institucional e comunitária para responder a casos evitáveis de doenças e morte. 
  • Apoiar as nações em desenvolvimento e reforçar políticas, programas e quadros para lidar com a saúde dos migrantes. 
  • Ajudar a criar planos que promovam a preparação, resposta e recuperação em caso de uma crise de saúde de migrantes. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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