Agências da ONU intensificam campanha de vacinação contra pólio em Gaza

O Fundo da ONU para Infância, Unicef, anunciou nesta segunda-feira que está levando 1,2 milhão de doses da vacina contra a poliomielite tipo 2 para Faixa de Gaza.

A agência afirmou que está trabalhando com a Organização Mundial da Saúde, OMS, e a Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, além de outros parceiros, para vacinar mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos de idade.

Retorno da pólio

Segundo a agência, pela primeira vez em 25 anos, a pólio foi registrada na Faixa de Gaza. A campanha de vacinação tem o objetivo de prevenir o alto risco de disseminação da doença no enclave.

O comissário-geral da Unrwa, Philippe Lazzarini, afirmou em sua rede social que por conta dos esforços das entidades, 80% das crianças foram vacinadas contra doenças infantis na área.

A agência também alertou que devido às operações militares em andamento em Deir Al-Balah, apenas três dos 18 poços de água estão operacionais, resultando em um déficit de água de 85%.

Renovando o pedido de cessar-fogo, a Unrwa ressalta que as pessoas em Gaza não apenas temem constantemente por suas vidas, mas lutam para atender suas necessidades mais básicas.

Alimentação

A atividade militar também segue comprometendo a distribuição de alimentação. Segundo o Programa Mundial de Alimentos, PMA, as operações da agência foram severamente prejudicadas pela intensificação do conflito, pelo número limitado de passagens de fronteira e pelas estradas danificadas.

Nos últimos dois meses, em meio a uma fome catastrófica contínua, o PMA teve que reduzir o conteúdo dos pacotes de alimentos em Gaza, à medida que os fluxos de ajuda diminuíam e os suprimentos se reduziam. Com duas ou, ocasionalmente, três passagens de fronteira abertas, cerca de metade da assistência alimentar necessária entrou em Gaza em julho. Agosto deve terminar com um resultado semelhante.

Nos últimos dois meses, o PMA conseguiu transportar apenas metade das 24 mil toneladas métricas de ajuda alimentar necessárias para as operações que atendem a 1,1 milhão de pessoas.

Devido aos altos preços dos alimentos como resultado da guerra, o PMA está testando um programa de assistência em dinheiro na área de Deir Al Balah, na região central de Gaza, que permitirá que as pessoas comprem os alimentos que atendam às necessidades básicas de suas famílias e, ao mesmo tempo, injetem liquidez na economia abalada de Gaza.