Uma iniciativa para apoiar meninas e mulheres com forte incentivo de homens da Associação de Engenheiros de São Paulo ocorreu durante essa semana para promover quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
A Associação dos Engenheiros da Sabesp, AESabesp, escolheu o ODS3 sobre Saúde e Bem-estar, o 5 sobre Igualdade de Gênero e o ODS6 que promove o acesso à Água Potável e ao Saneamento para lançar a ação de distribuição de kits de higiene e dignidade menstrual além de angariar doações para pessoas em situação vulnerável.
Erradicação da pobreza até 2030
Os organizadores dizem que a realização do evento ajuda ainda a impulsar a primeira das metas globais adotadas pela ONU, a da erradicação da pobreza até 2030.
A ONU News conversou com diretora Social da Associação dos Engenheiros de São Paulo, AESabesp. Maria Aparecida Silva de Paula, que explicou por que mulheres precisam ter o tipo de atenção.
“Estamos a fazer um esforço para que nós possamos dar educação e reduzir as questões sociais, porque a desigualdade social é muito grande. Não só em São Paulo, mas no Brasil. Isso foi um momento que sensibilizou o bastante e eu levei para o conselho da Associação dos Engenheiros da Sabesp essa condição.”
A ação da Sabesp será realizada a longo prazo. Esta semana foram entregues absorventes e recebidas doações para meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade.
Mulheres precisam ter atenção
O acesso a produtos de higiene menstrual é uma das atividades da agenda do Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa.
“De acordo com os números, que nós temos aqui, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a gente foi aprofundando mais nesse tema, ficamos abismados com a quantidade de mulheres brasileiras que viviam abaixo da linha da pobreza. São 32,3%, com uma renda per capita no valor de $ 6,85. Um pacote de absorvente aqui gira em torno de R$ 8 a R$ 12, em torno de $3 a $4. E aí como é que elas vão conseguir conviver pagando todos os custos de aluguel, luz, água, telefone, alimentação e ainda comprar os absorventes? Isso falando numa família que só tem uma mulher. Se tivesse três a quatro mulheres ficaria muito pior.”
Preconceito por ser mulher
Maria Aparecida Silva de Paula acredita num papel dos homens e no compromisso de organizações para se criar um ambiente inclusivo e os custos da desigualdade.
“Mas eu acho que a questão que deve ser considerada pelos homens em relação as mulheres se conscientizar mais. Não ver as mulheres comuns nos países em desenvolvimento com objeto de satisfação pessoal, mas ver as mulheres como uma pessoa que precisa de aconchego, de proteção, de carinho, de afeto e de muito mais Precisam de respeito, porque muitos nós mulheres não temos um respeito que merecemos. A dificuldade e a falta de dignidade nas funções organizacionais são muito grandes. A gente continua ainda sofrendo preconceito por ser mulher ganhando o menor de salário e não tendo a oportunidade de ficar com os filhos no período de maternidade. Por tudo isso, eu acho que as organizações têm que começar a repensar essa condição.”
A iniciativa em São Paulo enquadra-se em eventos que promoverão até 2025 a dignidade feminina e o papel da mulher como base das finanças sustentáveis.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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