O Governo do Brasil, a ONU e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, apresentaram na Cúpula de Líderes do G20, a Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas.
O objetivo é intensificar a pesquisa e implementar medidas para combater campanhas de desinformação que prejudicam a resposta global à crise do clima.
Conspirações e mentiras nas redes sociais
Durante o lançamento, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou que “o negacionismo e a desinformação afetam profundamente as ações de combate às mudanças climáticas”.
Lula afirmou que este é um problema que os países não podem resolver sozinhos. Por isso, a iniciativa reunirá nações, organizações internacionais e pesquisadores para promover esforços conjuntos, com vista à preparação para a COP30, no Brasil.
Na coletiva de imprensa realizada após o lançamento, a subsecretária-geral da ONU de Comunicação Global, Melissa Fleming, afirmou que as pessoas estão mais atentas aos impactos da desinformação e percebendo que existem “ecossistemas tóxicos de informação”.
Segundo ela, essa poluição decorre de uma “enxurrada de conspirações e mentiras” despejadas nas redes sociais. Fleming atribuiu esse processo a grupos de interesses que tem financiado campanhas de lobby e propaganda nas últimas décadas para bloquear a transição energética.
Apoio a jornalistas e pesquisadores
Ela parabenizou a iniciativa “visionária” do Brasil e agradeceu aos demais países que estão fazendo parte da coalizão.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, enfatizou o papel central da informação confiável para superar os desafios climáticos. Para ela, “sem acesso a informações precisas sobre as mudanças climáticas, nunca poderemos enfrentá-las”.
Azoulay disse que esta iniciativa apoiará jornalistas e pesquisadores que atuam sob grandes riscos e combaterá a desinformação que se espalha rapidamente pelas redes sociais.
Inicialmente debatida no âmbito do G20, a iniciativa será formalizada como uma colaboração multilateral entre Estados e organizações internacionais. O plano inclui financiamento de pesquisas e ações que promovam a integridade da informação climática.
Investimentos de até US$ 15 milhões
A proposta também pretende ampliar a base de evidências sobre os impactos da desinformação, fortalecendo estratégias globais de comunicação e incidência.
Os países que aderirem ao projeto contribuirão para um fundo administrado pela Unesco. A meta é arrecadar entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões nos próximos três anos.
Esses recursos serão destinados a organizações não governamentais para apoiar pesquisas, desenvolver estratégias de comunicação e realizar campanhas de conscientização sobre mudanças climáticas.
A iniciativa já conta com o apoio de países como Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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