Conferência debate impactos perigosos da poluição do ar na saúde e na economia

Termina nesta quinta-feira a segunda Conferência Global sobre Poluição do Ar, que acontece em Cartagena, na Colômbia.

O evento destaca exemplos positivos em cidades, países e regiões ao redor do mundo para prevenir doenças, salvar vidas, proteger a saúde infantil e limitar as mudanças climáticas.

Riscos graves de saúde

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, a poluição do ar representa uma “ameaça catastrófica” à saúde pública, causando 7 milhões de mortes anualmente relacionadas a doenças respiratórias, cardiovasculares e pulmonares, além de câncer.

Este tipo de poluição também está associado com dificuldades de respiração, ataques de asma, baixo peso do feto ao nascer, diabetes, comprometimento cognitivo e impactos na saúde mental.

Nesta quinta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, participa de uma sessão que debate o triplo benefício de políticas para tornar o ar mais limpo.

Elas são: melhora nos indicadores de saúde, ganhos climáticos e vantagens econômicas. Durante o debate serão apresentadas histórias de sucesso demonstrando como políticas eficazes podem ser iniciadas, financiadas e implementadas.

Prejuízo do ar poluído é de 6,1% do PIB global

Os custos dos danos à saúde causados ​​pela poluição do ar são estimados em 6,1% do Produto Interno Bruto, PIB, global. Além disso cerca de 1,2 bilhão de dias de produtividade são perdidos anualmente por doenças relacionadas à poluição do ar.

Esse será o tema de uma sessão que conta com a participação do diretor regional de Desenvolvimento Sustentável para a América Latina e Caribe do Banco Mundial, Benoît Bosquet.

O debate terá como foco oportunidades para investir no controle da poluição do ar e os potenciais retornos econômicos.

Os altos níveis de poluição do ar são atribuídos especialmente à combustão de combustíveis fósseis nos setores de transporte, energia e indústria, à falta de energia limpa para residências e às emissões de gases da agricultura.

Além disso, a má gestão de resíduos e o planejamento insustentável do uso da terra intensificam o problema, que contribui com o agravamento da emergência climática.

Cooperação pela qualidade do ar

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, realiza durante a Conferência em Cartagena a primeira reunião da rede de cooperação sobre qualidade do ar.

O grupo, criado por decisão tomada na 6ª Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Unea-6, realizada no ano passado, tem como foco soluções em setores de alto impacto e melhoria do acesso a recursos.

Os participantes da Conferência Global sobre Poluição do Ar incluem ministros da Saúde, do Meio Ambiente, Energia e autoridades de agências nacionais, intergovernamentais e de desenvolvimento.

Participam ainda profissionais de saúde, autoridades locais, representantes de setores como energia, transporte, indústria e agricultura, pesquisadores e membros da sociedade civil.

A conferência está sendo coorganizada pela OMS e pelo Governo da Colômbia, com o apoio do Governo da Espanha e outras agências da ONU, como Pnuma, Banco Mundial e outras.