O Conselho de Segurança da ONU debateu os ataques israelenses contra hospitais em Gaza. Até o momento, a Organização Mundial da Saúde, OMS, verificou 654 ofensivas resultando em 886 mortes e 1.349 feridos.
O representante da agência para o Território Palestino Ocupado, Richard Peeperkorn, destacou que apenas 16 dos 36 hospitais em Gaza permanecem parcialmente funcionais, com uma capacidade total de apenas 1.822 leitos.
Evacuações médicas “extremamente lentas”
De acordo com o especialista, a maioria das unidades só pode prestar cuidados básicos e não tem capacidade para tratamento especializado de doenças crônicas e lesões complexas.
Ele adicionou que desde o início do confronto, cerca de 7% da população de Gaza foi morta ou ferida.
Peeperkorn ressaltou que o ritmo das evacuações médicas continua “extremamente lento”. Desde outubro de 2023, apenas 5.383 pacientes foram evacuados, com o apoio da OMS, para tratamento médico no exterior.
Mais de 12 mil ainda necessitam desse procedimento. No ritmo atual, levaria de 5 a 10 anos para evacuar todos esses pacientes em estado grave, incluindo milhares de crianças.
Crimes de atrocidade
O alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, disse ao Conselho que todos aqueles com influência devem colocar a proteção de civis como “prioridade absoluta”.
Ele alertou “nos termos mais veementes” para o risco de crimes de atrocidade cometidos em Gaza e disse considerar essencial a plena responsabilização por todas as violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos.
O alto comissário enfatizou que as operações devem sempre distinguir entre alvos militares e civis, ressaltando que o uso de armas pesadas contra hospitais tende a violar esse princípio e pode ser considerado crime de guerra.
Turk apelou a Israel para garantir o acesso à ajuda humanitária vital, incluindo cuidados de saúde adequados, para a população palestina. Ele pediu que futuros esforços de recuperação e reconstrução priorizem a restauração do sistema de saúde em Gaza.
Resiliência do sistema de saúde
Em um dos ataques mais recentes, o Hospital Kamal Adwan, o principal no norte de Gaza, foi desativado e os pacientes forçados a sair. A OMS fez um apelo por acesso urgente ao hospital para avaliar os danos e determinar o que pode ser restaurado.
Peeperkorn explicou que a agência também está buscando a transferência do equipamento médico do Kamal Adwan para Al-Awda, o último hospital minimamente funcional no norte de Gaza.
O local tem 37 pacientes internados e recebe um fluxo constante de feridos devido aos combates intensos nos arredores, que faz com que o acesso seja perigoso.
Para Peeperkorn, o sistema de saúde de Gaza não entrou em colapso, pois contra todas as probabilidades, os profissionais de saúde, a OMS e parceiros mantiveram os serviços funcionando “tanto quanto possível”.
O representante da OMS citou os Complexos Médicos Al-Shifa e Nasser, que foram restaurados depois de terem virado ruínas no início do ano, como exemplos da resiliência do sistema de saúde de Gaza e da “dedicação inspiradora dos seus profissionais”.
Investigação sobre ataques e sobre uso indevido de hospitais
Turk informou que recebeu uma comunicação do embaixador de Israel, afirmando que o hospital Kamal Adwan foi militarizado pelo Hamas e que as forças israelenses tomaram medidas extraordinárias para proteger a vida civil.
Para o alto comissário, Israel não forneceu informações suficientes para fundamentar muitas destas afirmações, que considera “vagas e amplas”, além de conflitantes com informações públicas.
Nesse sentido, o chefe de Direitos Humanos pediu uma investigação “independente, completa e transparente” sobre todos os ataques israelenses a hospitais, serviços de saúde infraestrutura e pessoal médico, bem como sobre o alegado uso indevido dessas instalações.
Ele ressaltou que se estas alegações fossem verificadas, poderiam indicar que grupos armados palestinos cometeram um crime de guerra ao se aproveitar da presença de civis intencionalmente, para se protegerem de ataques.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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