O governo da República Democrática do Congo, RD Congo, agências humanitárias da ONU e parceiros lançaram nesta quinta-feira o Plano de Resposta Humanitária de 2025, em busca de US$ 2,54 bilhões.

A meta é levar assistência vital a 11 milhões de pessoas, incluindo 7,8 milhões de deslocados internos, um dos maiores números registrados no mundo. Os deslocamentos se intensificaram em janeiro após a ofensiva do grupo rebelde M23, no leste do país.

Três fatores desestabilizadores

A crise na RD Congo inclui desastres naturais e epidemias. Estima-se que 21,2 milhões de congoleses são afetados por esses desafios em várias frentes.

A nação africana enfrenta três grandes fatores de desestabilização. Em primeiro lugar, uma espiral de violência que se espalha de Ituri para as províncias de Tanganica.

Em segundo, a presença de autoridades de facto em áreas tomadas pelo M23 no Kivu do Norte e no Kivu do Sul, onde as necessidades humanitárias são “imensas”.

E por último, uma grande crise de financiamento que compromete a entrega de assistência vital.

O coordenador humanitário da ONU na RD Congo, Bruno Lemarquis, declarou que “todos os sinais de alerta vermelho estão piscando”.

Timusifu é uma das cerca de 700 mil pessoas que fugiram de Goma

Declínio do financiamento

Ele disse que os profisionais do setor devem se adaptar para continuar entregando ajuda vital “sem nunca comprometer os princípios fundamentais que orientam a ação humanitária: neutralidade, imparcialidade, independência e humanidade”.

Perante um declínio acentuado nas contribuições financeiras, Lemarquis afirmou que o país vive uma “encruzilhada”. Para ele, sem o aumento da mobilização internacional, “as necessidades humanitárias podem disparar e a estabilidade regional ficará ainda mais comprometida”.

Em 2024, graças a um financiamento recorde de US$ 1,3 bilhão, mais de 7,1 milhões de pessoas receberam assistência humanitária. Os Estados Unidos foi um dos principais doadores, cobrindo 70% do financiamento do plano do ano passado.

Visita do chefe das Operações de Paz

Ainda nesta quinta-feira, o subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, visita a RD Congo até sábado para realizar reuniões com autoridades congolesas e parceiros internacionais.

Ele debaterá a implementação da Resolução 2773, adotada por unanimidade pelo Conselho de Segurança, demandando que o M23 interrompa imediatamente os ataques e se retire do território ocupado.

O texto exige ainda que as Forças de Defesa de Ruanda parem de apoiar o grupo armado e saiam da RD Congo “sem condições prévias”.

Lacroix viaja para Beni, no Kivu do Norte, para encontros com autoridades provinciais e com o recém-nomeado Comandante da Força de Manutenção da Paz, Monusco, o general Ulisses de Mesquita Gomes.

O subsecretário-geral quer avaliar em primeira mão os desenvolvimentos recentes e visitar as posições de manutenção da paz da ONU.

No dia 1 de março, ele irá para Entebbe, em Uganda, onde fará uma visita ao pessoal da Monusco que foi evacuado da cidade de Goma no mês passado, na sequência dos avanços do M23.

O Comandante da Monusco, general Ulisses de Mesquita Gomes, chegou a Beni, Kivu do Norte, República Democrática do Congo

Economia pode encolher 7%

O representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, na RD Congo, disse que o preço dos bens essenciais dobrou em menos de um mês em áreas onde as cadeias de suprimentos foram interrompidas.

Damien Mama afirmou que se a violência continuar, a economia do país pode encolher em até 7%. Mais de 4,4 milhões de pessoas já estão sentindo os impactos, principalmente no comércio, em meio a ondas de saques generalizados.

Os países vizinhos também sofrem os efeitos, com transações comerciais interrompidas, desaceleração econômica e refugiados aumentando a pressão sobre a já frágil economia regional. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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