A entrada de assistência humanitária em Gaza está interrompida há mais de nove dias consecutivos, com todas as passagens fechadas para a entrega de cargas.

Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU declarou que está “muito preocupado” com a decisão de Israel de limitar o fornecimento de eletricidade, desde domingo.

Corte de eletricidade abala acesso à água potável

António Guterres ressaltou que esta medida reduzirá substancialmente a disponibilidade de água potável, que agora depende de geradores de reserva para o processo de dessalinização. 

Para ele, restaurar esta conexão é vital para milhares de famílias palestinas.

Segundo agências de notícias, a tática israelense tem como objetivo aumentar a pressão sobre o Hamas pela libertação de reféns.

Cerca de 600 mil pessoas que recuperaram o acesso à água potável em novembro de 2024 estão novamente isoladas. As agências da ONU estimam que 1,8 milhão de habitantes, mais da metade deles crianças, precisam urgentemente de água, saneamento e assistência de higiene.

Uma jovem retorna à sua casa destruída no norte da Faixa de Gaza

Apelo por manutenção da trégua e libertação dos reféns

O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, afirmou que a  ajuda em Gaza é uma “tábua de salvação” para mais de 2 milhões de palestinos, que enfrentaram “condições inimagináveis por muitos meses”.

Ele pediu que a entrada de assistência vital seja retomada imediatamente, ressaltando que quaisquer atrasos adicionais “reverterão ainda mais qualquer progresso alcançado durante o cessar-fogo”.

Fletcher também apelou a ambas as partes pela manutenção da trégua e libertação dos reféns.

Falando em uma conferência de imprensa em Genebra, o comissário-geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, expressou que “a situação é semelhante à que prevaleceu em outubro de 2023”, após os ataques do Hamas contra Israel e as subsequentes ações militares na Faixa de Gaza.

“Pressão crescente” contra a Unrwa

Phillipe Lazzarini destacou ainda a crise na Cisjordânia, onde as operações de segurança israelenses levaram ao maior deslocamento de palestinos desde 1967.

Cerca de 40 mil pessoas, muitas delas refugiadas, foram forçadas a fugir de suas casas, com comunidades inteiras esvaziadas devido à intensificação das atividades militares.

O comissário-geral condenou o que chamou de “desmantelamento sistemático” das operações da Unrwa na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, após a proibição do parlamento israelense da presença da agência.

Ele disse que há uma “pressão crescente” para que a Unrwa desocupe suas instalações e interrompa a prestação de serviços, com funcionários internacionais tendo a entrada negada ou sendo expulsos.

Para Lazzarini, os esforços para minar a Unrwa, por meio de suspensões de financiamento, restrições legislativas e campanhas de desinformação, representam uma grave ameaça à estabilidade regional.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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