Destruição em hospitais marca epicentro da violência de gangues no Haiti

Deslocamentos e dificuldades de acesso à área metropolitana de Porto Príncipe, no Haiti, continuam marcando o que é tido como o epicentro da violência no país.

Cerca de 63% das unidades de saúde têm seus leitos total ou parcialmente destruídos. A situação agravou com os danos causados por dois ataques registrados em finais de dezembro nos hospitais, sendo que um deles deixou quatro mortos e 10 feridos.

Ataques em vésperas da reabertura 

A ação armada contra o Hospital Université d’Etat d’Haiti ocorreu na noite de Natal, em meio a preparativos para a reabertura do centro hospitalar. Uma semana antes foi vandalizado e incendiado o hospital Bernard Mevs.

O impacto significativo da violência sobre o setor de saúde limita ainda mais o acesso dos civis aos cuidados essenciais na área metropolitana. As estatísticas revelam que 40% das instalações com leitos estão fechadas e outras 22% têm funcionado apenas parcialmente.

As Nações Unidas e a comunidade humanitária destacam que a insegurança contínua tem impacto indireto em outros setores.

Recentemente, uma série de ataques causou a morte de pelo menos 207 pessoas   numa intervenção de membros do grupo armado Wharf Jeremie, no município de Cité Soleil, em Porto Príncipe, entre 6 e 11 de dezembro.

Assistência monetária

Na sequência desses atos, o Escritório de Direitos Humanos e o Escritório Integrado da ONU no Haiti relataram que entre as vítimas estavam muitos idosos.

Mesmo em meio à violência no país caribenho, as Nações Unidas entregaram mais de 2,1 mil kits de artigos não alimentares. Mais de 10.874 famílias beneficiaram de assistência com fundos por meio de transferências eletrônicas.

O auxílio compreendeu ainda 117.112 refeições quentes fornecidas a quase 11 mil deslocados em oito locais de acolhimento de vítimas que fugiram da violência.