Esse 15 de novembro marca o primeiro Dia Internacional para a Prevenção e Luta contra Todas as Formas de Crime Organizado Transnacional. As Nações Unidas enfatizam que apenas um esforço global unificado é capaz de combater esta ameaça.
Em entrevista à ONU News, a representante do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, na Região Andina e no Cone Sul, disse que a data é importante para impulsionar ações de governos, setor privado e sociedade civil.
Troca de informações entre autoridades policiais
Candice Welsch afirmou que “quase todo o crime organizado é transnacional e não ocorre dentro de um único país, muitas vezes atravessa fronteiras dentro das regiões e até mesmo fora delas”.
Os esforços do Unodc incluem o reforço das capacidades locais, nacionais e internacionais para melhor compreender e combater estes desafios.
Isto envolve a promoção da troca de informações entre as autoridades policiais e operações conjuntas entre agências que atuam nas fronteiras.
A região andina da América do Sul, especialmente Colômbia e Equador, enfrenta desafios significativos com grupos criminosos transnacionais.
Produção de cocaína na Colômbia e tráfico de animais no Equador
A produção de cocaína continua sendo o principal problema. Dados do Unodc mostram que o cultivo na Colômbia atingiu 253 mil hectares em 2023 e uma produção estimada em 2.664 toneladas em 2022.
Contudo, a questão não se limita ao tráfico de drogas. A mineração ilegal, o desmatamento e o tráfico de vida selvagem, especialmente nas Ilhas Galápagos, no Equador, também estão aumentando.
Os fluxos migratórios através da região tornam as populações vulneráveis suscetíveis ao tráfico de seres humanos e outros abusos. Estas atividades perturbam a segurança das comunidades locais, agravam a violência de gangues e contribuem para elevadas taxas de homicídio, afetando grupos indígenas e jovens que enfrentam riscos de recrutamento.
A abordagem do Unodc inclui o apoio a programas de desenvolvimento alternativo sustentável para agricultores que dependem do cultivo de coca. Esses programas promovem cultivos legais como café, cacau, baunilha e sacha inchi, uma planta amazônica rica em nutrientes.
Welsch explicou que esses projetos oferecem formas alternativas para que as pessoas sejam direcionadas para “economias lícitas e a um futuro mais seguro”.
Desafios ao redor do mundo
O Unodc também destaca a preocupação com o aumento de novas drogas sintéticas, especialmente na América do Norte, que enfrenta uma crise ligada ao fentanil, assim como algumas áreas da Ásia e África.
Os países da Europa Ocidental e Central, especialmente os do Mar do Norte, também enfrentam grandes desafios, com os seus portos se tornando pontos de entrada para a cocaína.
Os crimes contra a vida selvagem também estão se tornado uma preocupação crescente para os países. A prática está interligada com atividades de grandes e poderosos grupos do crime organizado que operam em alguns dos ecossistemas mais frágeis e diversos do mundo, desde a Amazônia até ao Triângulo Dourado.
Já os países do Sahel, são afetados especialmente pelo tráfico de ouro e combustível, com um impacto negativo na paz e na segurança, nos direitos humanos e no desenvolvimento sustentável.
Para a diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, unir os governos do norte e do sul, bancos e empresas, sociedade civil e comunidades é possível reagir contra o crime organizado. O lema escolhido para este ano é “o crime organizado rouba, corrompe e mata. É hora de nos unirmos para reagir”.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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