Escassez de suprimentos afeta ajuda alimentar em Gaza em outubro

Nesta quarta-feira o Conselho de Segurança realiza reunião de emergência convocada por França e Israel para debater a situação no Oriente Médio. O secretário-geral da ONU, António Guterres, participará do debate.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Ocha, informou que em Gaza os bombardeios israelenses por ar, terra e mar continuam. Os ataques resultam em vítimas civis, deslocamentos e destruição de infraestruturas civis.

Diminuição dos estoques

A agência da ONU revela que as operações terrestres também seguem ativas, incluindo em áreas ao sul da cidade de Gaza, bem como Deir al-Balah Khan Yunis e na área de Rafah.

A última atualização divulgada pelo Ocha na terça-feira informa que os parceiros das Nações Unidas que trabalham para fornecer ajuda alimentar estão preocupados com a “escassez contínua de suprimentos”.

Mais de 1,4 milhão de pessoas em Gaza não receberam as suas provisões alimentares mensais no final de setembro.

O Ocha acrescentou que, apesar dos desafios, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, conseguiu chegar a cerca de 363 mil pessoas em Gaza no mês passado, embora com quotas reduzidas.

No entanto, a diminuição dos estoques de alimentos está tornando cada vez mais difícil manter as padarias e as cozinhas comunitárias apoiadas pelo PMA.

Menos refeições para os palestinos

Os parceiros da ONU relataram que mais de 150 cozinhas forneciam cerca de 600 mil refeições às famílias em Gaza todos os dias desde a terceira semana de setembro. Porém, o Ocha prevê que com a baixa de estoques alimentares, a produção de refeições deverá diminuir em outubro.

A agência humanitária sublinhou que existe uma necessidade urgente de fornecimentos adicionais para garantir que as organizações de ajuda humanitária possam apoiar as famílias vulneráveis ​​antes da estação das chuvas e nos meses de inverno.

O Ocha acrescentou que isto coincide com um aumento significativo nos preços da lenha, o que está empurrando mais pessoas para a pobreza energética. Isso ocorre em um momento em que o fornecimento de gás se tornou limitado e Gaza ainda sofre com cortes de energia.

Abrigos no Líbano

Em relação ao Líbano, a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, ressaltou a abordagem inclusiva em seus abrigos de emergência.

A agência mantém atualmente 12 locais que acolhem cerca de 4 mil pessoas, incluindo palestinos, libaneses e sírios. Para a Unrwa, este é um forte exemplo de unidade e apoio para todas as comunidades em crise.

Estima-se que até128 mil pessoas já tenham atravessado do Líbano para a Síria desde a escalada do confronto entre Israel e o grupo armado libanês Hezbollah.