Na próxima semana, a guerra na Ucrânia completará três anos. O conflito que começou com o ataque da Rússia ao país, na madrugada de 24 de fevereiro de 2002, criou uma onda crescente de refugiados acolhidos por países europeus e outras partes do mundo.
Num estudo, divulgado na quarta-feira, em Kyiv, capital da Ucrânia, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, informou que a resposta aos refugiados ajudou a reduzir riscos de tráfico humano e de contrabandistas.
Pessoas deslocadas pela guerra na Ucrânia permanecem num centro de trânsito no Dnipro
Entrevistas com refugiados e barreiras financeiras
O levantamento cita a não-exigência de vistos de entrada para ucranianos, proteção temporária e medidas de combate ao tráfico humano pela Europa que ajudam a mitigar os riscos gerados pelos criminosos.
A pesquisa feita entre fevereiro de 2022, o mês da invasão russa, até dezembro de 2024. Foram utilizados dados oficiais, estatística e informação, literatura secundária e entrevistas com 1,6 mil refugiados da Ucrânia, além de informantes-chave.
A chefe de Pesquisa e Análise do Unodc, Angela Me, afirmou que a guerra e o deslocamento forçado, além das dificuldades financeiras e outras barreiras podem aumentar, bastante, os riscos de tráfico humano.
A guerra na Ucrânia forçou 6,7 milhões de pessoas a fugirem do país e expôs muitos ucranianos ao contrabando de seres humanos. Mas segundo o Unodc, políticas fortes e decisivas contra o tráfico, além de uma ação unificada do governo ajudam a reduzir os perigos.
Topo da lista de entradas irregulares
Antes de 2022, os ucranianos apareciam no topo da lista de nacionalidades que residiam irregularmente, que tinham sua visita, por terra, negada ou que usavam documentos falsos para entrar na União Europeia.
Entre 2019 e 2022, os ucranianos somavam 11% de todos os contrabandistas de migrantes detectados em fronteiras do bloco europeu.
Mas após a invasão da Rússia à Ucrânia, esse número caiu para 5% de ucranianos e 6% de não-ucranianos que pagaram alguma quantia para entrar irregularmente em outras nações da Europa.
Dentro da Ucrânia, desde o início de 2022, as autoridades nacionais identificaram menos instâncias de tráficos de pessoas. De 2002 a 2023, dos 277 casos de tráfico doméstico que foram investigados, a proporção que incluía exploração laboral (49%) e atividades criminosas forçadas (21%) aumentou. Já a proporção de incidentes com exploração sexual (29%) diminuiu.
Uma menina segura sua boneca na praça central de Kherson, na Ucrânia.
Levar autores do crime rapidamente à Justiça
O Unodc mostra que as crianças ucranianas, no entanto, foram traficadas para trabalho forçado, mendicância e adoção ilegal, tanto na Ucrânia como em países de acolhida dos refugiados.
As nações da União Europeia que receberam ucranianos por causa da guerra notificaram uma subida do número de vítimas de tráfico em 2022. Nesse mesmo período, o tamanho da população de ucranianos na EU mais que triplicou.
O estudo elenca os desafios no combate ao tráfico humano na Ucrânia por causa da guerra. Para a agência da ONU, é importante realizar o processamento desses casos levando os responsáveis à Justiça de forma atempada.
Os riscos de tráfico dentro da Ucrânia requerem um monitoramento contínuo além de maior apoio para os sistemas nacionais.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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