A Europa é o continente que mais aquece no mundo, com impactos das mudanças climáticas se tornando cada vez mais claros. A afirmação é da Organização Meteorológica Mundial, OMM, que publicou na terça-feira o Relatório Anual sobre o Estado do Clima na Europa.

A publicação, em parceria com o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus, ressalta que 2024 foi o ano mais quente já registrado no continente europeu, com temperaturas recordes nas regiões central, leste e sudeste.

Impacto dos incêndios em Portugal

Os níveis de risco de incêndio no verão foram ligeiramente acima da média na maior parte da Europa. Os valores mais altos ocorreram, em setembro, devido a uma combinação de condições secas e ventos fortes, especialmente em Portugal e partes da Espanha.

Os incêndios em solo português puseram em chamas cerca 1.100 km², em uma semana, representando quase um quarto de toda a área queimada na Europa em 2024. Estima-se que 42 mil pessoas foram afetadas por incêndios florestais no continente.

Embora as emissões de gases do efeito estufa, por conta de  incêndios na região europeia, tenham permanecido abaixo da média durante a maior parte do ano, elas aumentaram significativamente em setembro devido às amplas queimadas em Portugal.

Tempestades severas

O calor extremo também se refletiu em recorde na temperatura da superfície do mar, com 0,7°C acima da média, chegando a 1,2°C no Mar Mediterrâneo.

O relatório explica que o leste da Europa experimentou condições extremamente secas e muitas vezes recordes de calor, enquanto no oeste a população enfrentou condições quentes, mas úmidas. Tempestades severas frequentes e inundações generalizadas mataram 335 pessoas e afetaram cerca de 413 mil em todo continente.

No episódio mais grave, cheias arrasadoras em Valência, no leste do território espanhol, causaram 232 mortes em outubro. 

Danos das inundações causadas por uma tempestade em Valência, Espanha

Fluxo desequilibrado dos rios

A instabilidade nos rios é outro ponto de preocupação.

Em outubro, os fluxos fluviais na Península Ibérica foram muito acima da média, atingindo níveis recordes, como observado no Rio Tejo, que corre da Espanha para Portugal.

Por outro lado, rios importantes no sudeste da Europa foram afetados por calor extremo e seca.

O Evros, por exemplo, que flui do sul da Bulgária através do nordeste da Grécia e noroeste da Turquia, registrou fluxo baixo atingindo valores recordes ou perto disso em todos os meses de 2024. O Vístula, no leste da Polônia, obteve a mesma situação entre maio e dezembro.

Planos de adaptação climática

Todas as regiões europeias viram uma perda de gelo, sendo que as geleiras na Escandinávia e Svalbard tiveram suas maiores taxas de perda de massa já registradas.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, disse que a agência está intensificando esforços para fortalecer sistemas de alerta precoce e serviços climáticos, visando ajudar a criar mais resiliência no continente.

Na Europa, 51% das cidades possuem atualmente planos específicos de adaptação climática.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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