Nesta quarta-feira, as Nações Unidas revelaram que a crise provocada pelo conflito e pela situação humanitária no Líbano atingiu uma “proporção catastrófica”.
De Beirute, a coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, disse a jornalistas que a situação é grave. Ela afirmou que as pessoas “pagam um preço que não se imaginava” após as mortes, os desalojados e os feridos.
Vitórias táticas
Segundo ela, tudo mudou incluindo a percepção do perigo em Israel desde o ataque do Hamas ao país, em 7 de outubro de 2023. A representante disse que “o fogo deve cessar” e é preciso uma oportunidade para o Líbano agora.
Para Hennis-Plasschaert, “a continuação das mortes e da destruição observados até agora não poderá e nem irá trazer segurança”. Ela defende que a atual realidade “pode levar a vitórias táticas, mas ganhos estratégicos de longo prazo continuarão sendo uma ilusão”.
Já o chefe humanitário da ONU no Líbano, Imran Riza, declarou que a piora da violência nas últimas semanas marca uma das “épocas mais mortais da história recente do Líbano”.
Ele explicou que mais de 100 crianças e 30 mulheres estão entre as milhares de vítimas fatais dos ataques que estão impactando diretamente mais de 1 milhão de pessoas.
Pelo menos 75% de escolas libanesas foram transformadas em abrigos num conflito “com impacto imenso em crianças”.
Ações de resposta
Também nesta quarta-feira, o Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, confirmou a piora da situação enquanto realiza ações de resposta para alcançar deslocados e afetados pelos ataques no Líbano
Ataques aéreos prosseguiram em alta intensidade nos últimos dias em áreas do sul e leste. O Ministério da Saúde Pública do Líbano confirmou mais de 2.083 mortes e 9.869 feridos após diferentes episódios ocorridos desde 8 de outubro de 2023.
O número de pessoas deslocadas chega agora a 180,7 mil vivendo em 978 abrigos. Pelo menos 80% desses locais já atingiram a capacidade máxima.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, relata que com a proximidade do início do novo ano letivo, em 4 de novembro, cerca de 350 mil crianças foram deslocadas pelo conflito.
Ordens de deslocamento forçado
Uma situação preocupante é o custo humano da violência crescente em todo o país e, em particular, no contexto de muitas vítimas civis. Entre elas estão menores de idade, mulheres e deslocados em massa.
O Ocha fez um apelo à comunidade humanitária e às partes envolvidas para que assumam a proteção de civis e trabalhadores humanitários como prioridade máxima, observando suas obrigações sob o direito humanitário internacional.
O uso de explosivos em áreas densamente povoadas e a emissão de ordens de deslocamento forçado também causam danos em civis. O Ocha pede uma resposta urgente aos casos de violência e garantia de segurança aos funcionários do setor.
Apoio a milhões de afetados pelo conflito
O Unicef relatou ter havido uma “enorme pressão” para assegurar a entrega de 167 toneladas de suprimentos médicos para apoiar cerca de 2 milhões de pessoas impactadas pelo conflito.
A agência também integra uma iniciativa envolvendo a Organização Internacional do Trabalho para dar resposta a pessoas com deficiência no Líbano. A ação do Ministério de Assuntos Sociais deve apoiar 27 mil beneficiários entre 15 e 30 anos.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, anunciou aumento do número de beneficiários de comida para 1 milhão de afetados pela crise. A agência lançou um apelo internacional em favor da mobilização de recursos para a ação humanitária.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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