Em visita ao Laos, o secretário-geral da ONU participou da abertura da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, Asean, destacando que a parceria do bloco regional com as Nações Unidas tem se tornado mais forte.
António Guterres disse ser especialmente grato pela importante contribuição dos membros da Asean para as operações de manutenção da paz. Ele manifestou “total solidariedade” com dois soldados de paz indonésios, que estão servindo no Líbano e foram feridos por fogo israelense.
Conectividade
Fazendo referência ao Pacto do Futuro, adotado na ONU em setembro, Guterres ressaltou quatro áreas principais de colaboração que possibilitam um “olhar para frente”.
A primeira delas é a conectividade. O chefe das Nações Unidas ressaltou que em todo o Sudeste Asiático, o acesso à banda larga e internet móvel dispararam. No entanto, “a exclusão digital persiste”.
Segundo ele, uma divisão da inteligência artificial também está se formando. Para impedir esse processo, o secretário-geral disse que todos os países devem poder acessar e se beneficiar dessas tecnologias. Além disso, todas as nações devem participar das decisões sobre a governança da IA.
O Pacto para o Futuro inclui como anexo o primeiro acordo universal sobre a governança internacional da Inteligência Artificial, que daria voz a todos os países, o Pacto Digital Global.
O documento também pede parcerias internacionais para impulsionar a capacitação de IA nos países em desenvolvimento e compromete os governos a estabelecer um Painel Científico Internacional independente sobre IA. O objetivo é iniciar dentro das Nações Unidas um diálogo global sobre a governança da tecnologia.
Finanças
O segundo tema abordado por Guterres no discurso aos líderes da Asean foi finanças. Ele afirmou que uma reforma da arquitetura financeira internacional é necessária para fechar a lacuna de financiamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
O líder da ONU destacou algumas das propostas contidas no Pacto do Futuro para “garantir que os países possam contrair empréstimos de forma sustentável” para investir em seu desenvolvimento de longo prazo.
Isso inclui convocar nos países do G20 para liderar um estímulo aos ODS de US$ 500 bilhões por ano, aumentar a capacidade de empréstimo dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e promover empréstimos de reestruturação para países afogados em dívidas.
Clima
O clima foi a terceira prioridade mencionada pelo chefe das Nações Unidas. Ele sublinhou que os países da Asean “estão sentindo o peso do caos climático”, que se apresenta em desastres como o Super Tufão Yagi. O ciclone tropical impactou as Filipinas, China e Vietnã no início de setembro de 2024
Guterres lembrou que até o próximo ano, todos os países devem produzir novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, alinhadas com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 °C.
Ele parabenizou as Parcerias Pioneiras de Transição Energética Justa na Indonésia e no Vietnã e disse que o mundo precisa de ações drásticas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
O secretário-geral disse que o G20 é responsável por 80% do total dessas emissões e devem “liderar o caminho”, ressaltando que os países desenvolvidos devem cumprir suas promessas de dobrar o financiamento da adaptação.
Guterres sublinhou ainda que é preciso garantir contribuições significativas para o novo Fundo de Perdas e Danos e um resultado ambicioso sobre finanças na Cúpula da ONU sobre o Clima, a COP29.
Paz e Segurança
O último tema abordado foi o da paz. O líder das Nações Unidas reconheceu o papel “construtivo” da Asean em continuar buscando o diálogo e os meios pacíficos de resolver disputas da Península Coreana ao Mar da China Meridional.
No entanto, ele lembrou que Mianmar permanece em um caminho cada vez mais complexo, com a violência e as necessidades humanitárias crescendo.
O secretário-geral pediu a todos os países que aproveitem sua influência para uma solução política inclusiva para o conflito e proporcionem o futuro pacífico que o povo birmanês merece.
Guterres concluiu dizendo que em um mundo com crescentes divisões geopolíticas, com impactos dramáticos na paz, na segurança e no desenvolvimento sustentável, a Asean é uma “construtora de pontes e uma mensageira para a paz”.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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