O secretário-geral das Nações Unidas realizou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira em Nova Iorque assinalou um ano de crises de cariz humanitária, política, diplomática e moral.

O líder da ONU ressaltou que ao longo do último ano na sequência dos terríveis ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro, a área se tornou o marco zero para um nível de sofrimento humano difícil de compreender.

Carta a Benjamin Netanyahu

António Guterres abriu o discurso caracterizando a situação da Faixa de Gaza como um pesadelo que entra agora num segundo ano atroz e abominável.

Ele disse ter escrito diretamente ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressando profunda preocupação sobre o projeto de lei que poderia impedir ações essenciais da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.

Em Gaza e no Território Palestino Ocupado, a medida sufocaria os esforços para aliviar o sofrimento humano e as tensões no que chama de catástrofe no que já é um desastre absoluto e golpe terrível para a resposta humanitária.

Guterres diz que a eventual adoção dessa medida pelo Parlamento seria “diametralmente oposta à Carta da ONU e violaria as obrigações de Israel sob o direito internacional”. Os efeitos da legislação seriam em níveis político em “um enorme retrocesso para os esforços de paz sustentáveis ​​e uma solução de dois Estados”.

Espiral mortal na Faixa de Gaza

O secretário-geral disse que o projeto de lei surge num momento em que a situação em Gaza continua em uma espiral mortal.

Advertindo sobre a piora do conflito no Oriente Médio “a cada hora”, ele chamou a atenção para o facto de alertas sobre os terríveis impactos da escalada continuarem a se concretizar.

Guterres destacou que cada ataque aéreo, lançamento de míssil ou foguete disparado, empurrava a paz para mais longe do alcance e piorava ainda mais o sofrimento de milhões de civis em meio ao conflito.

Apenas nas últimas duas semanas cerca de 1,5 mil pessoas perderam a vida no Líbano

Para o líder das Nações Unidas, a comunidade internacional não pode e não desistirá dos apelos por um cessar-fogo imediato em Gaza e no Líbano, bem como pela libertação imediata e incondicional de reféns e pela ajuda imediata essencial aos que dela precisam de forma desesperada.

Perigos a jornalistas e trabalhadores de ajuda

Guterres lembrou que mais de 41 palestinos já foram mortos particularmente em Gaza, a maioria mulheres e crianças. Outros milhares estão desaparecidos e acredita-se que estejam presos sob os escombros.

O secretário-geral caracterizou uma área onde “praticamente toda a população foi deslocada e nenhuma parte foi poupada.”  Os efeitos incluem jornalistas mortos “em um nível nunca visto em nenhum conflito nos tempos modernos”.

Na questão de auxílio humanitário, ele ressaltou o perigo enfrentados por funcionários do setor que “dedicaram suas vidas a ajudar os outros, mas estão enfrentando perigos épicos e sem precedentes.”

ONU diz que impedir ações essenciais da Unrwa sufocaria esforços para aliviar o sofrimento humano

Já em relação aos ataques israelenses ocorrendo em larga escala em território libanês, incluindo em Beirute, o secretário-geral citou fatalidades que chegaram a 2 mil pessoas no último ano. Apenas nas últimas duas semanas foram 1,5 mil pessoas que perderam a vida, um total que supera o da guerra de 2006 no Líbano.

Linha Azul

Guterres destacou ainda a situação na Linha Azul na qual morreram 49 pessoas no último ano devido aos atos do Hezbollah e outros grupos ao sul. De acordo com relatos das autoridades libanesas mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas.

Mais de 60 mil continuam desalojas do norte de Israel. Com as incursões das forças israelenses pela Linha Azul, ele ressaltou a “iminência de uma guerra total com consequências já arrasadoras da qual ainda há tempo para parar”.

O secretário-geral sublinhou ainda que a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser respeitadas.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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