A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco, afirmou que está “muito preocupada” com a piora da segurança no leste do país.

Desde o fim de semana, o grupo armado M23 ocupou novos territórios nas províncias orientais incluindo a cidade de Minova. A área é uma passagem importante de abastecimentos para a cidade de Goma, capital de Kivu Norte.

Captura localidades 

Um dos marcos da estabilização na República Democrática do Congo, RD Congo, foi a mediação de Angola ao acordo de cessar-fogo com o Ruanda, como parte do processo regional. O entendimento anunciado, em julho passado, entrou em vigor dias depois.

Sifa Maguru/Rádio Okapi

Operação de paz receia que a tomada de Minova possa afetar milhões de pessoas

Joyce de Pina é diretora da Rádio Okapi, na Monusco. De Kinshasa, ela falou à ONU News sobre a situação. Desde sábado, foram tomadas várias localidades. Essa foi a primeira vez que o conflito chegou à província do Kivu do Sul, que não é patrulhada pelas forças de paz ONU.

“Houve perdas humanas e mais de 250 mil novos deslocados. É preciso notar que as forças de manutenção de paz da Monusco já não estão presentes no Sul do Kivu desde junho do ano passado, aquando da retirada da Missão nessa província. Não temos mandato para estar presentes no Kivu do Sul. E no norte, na província do Norte do Kivu, a Monusco registou confrontos armados violentos entre o M23, as Forças Armadas congolesas e outros grupos armados, em especial nos arredores de Sake. As posições defensivas estão sob pressão.”

Fronteira entre o Kivu do Sul e do Norte

Pelo menos 10 pessoas morreram na terça-feira em combates na área de Bweremana. A população fugiu para locais como Kalehe, no Sul do Kivu, Goma e Rusayo.

Joyce de Pina ressalta que trocas de tiros de morteiros acontecem paralelamente aos movimentos das populações abrigadas em acampamentos da região.

“A chegada do M23 ao Kivu do Sul provocou o aumento de deslocados internos numa região que conta já com muitos deslocados. O grupo ocupa neste momento a localidade estratégica de Minova, na fronteira entre os dois Kivus, e o porto de Kasunyu, também estratégico para o trânsito de pessoas e bens no lago e atividades de exploração de minérios. Esta ocupação é muito inquietante e tem grande significado, porque é a primeira vez que o conflito chega ao Kivu do Sul. Minova é uma localidade situada na fronteira entre o Kivu do Sul e o Norte, trata-se da principal rota de abastecimento para Goma e Sake.”

Sifa Maguru/Rádio Okapi.

População fugiu para locais como Kalehe, no Sul do Kivu, Goma e Rusayo

A operação de paz receia que a tomada de Minova possa afetar milhões de pessoas que vivem no Norte do Kivu.

“Há mais de 2,8 milhões de deslocados internos, a maioria em busca de refúgio nos arredores de Goma e de Sake.  A Monusco não está presente no Sul do Kivu, não tem mandato para cobrir essa região. No entanto, as agências humanitárias estão presentes na eguevanprovíncia, mas não beneficiam do apoio da missão.”

Compromissos do processo de Luanda

No entanto, as forças de paz anunciaram que seguem cumprindo o mandato em áreas congolesas onde foram estabelecidas. 

“Mantemos a nossa operação Springbok, lançada em novembro de 2023, para proteger Goma e Sake. A operação desenrola-se em estreita coordenação com as Forças Armadas da República Democrática do Congo, com a sigla Fardc. A Monusco reitera ser imperativo que o grupo deponha as armas e respeite o cessar-fogo de 4 de agosto. A missão de manutenção da paz exorta todas as partes do conflito a respeitar os compromissos assumidos no âmbito do processo de Luanda.”

Nesta semana, Nova Iorque marcou debates sobre o processo de estabilização e os mais recentes eventos em território congolês em encontro entre membros do Conselho de Segurança e o chefe da diplomacia angolana, Téte António.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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