Nesta quinta-feira, a Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria lançou um relatório documentando a destruição e os saques sistemáticos de bens sofridos por deslocados durante a guerra no país árabe. 

A publicação dos especialistas adverte sobre “mudanças demográficas” que aconteceram quase dois meses após a queda do ex-presidente sírio Bashar al-Assad. O grupo é liderado pelo professor brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. 

Imagens de satélite, vídeos e fotos 

No documento foram analisadas imagens captadas por satélite revelando “a grande escala dos roubos em casas inteiras”, desfeitas e destruídas de forma sistemática em distritos em toda sua extensão. 

Estudo ressalta a alteração da composição demográfica de muitas aldeias

Para chegar a essas constatações, vídeos, fotografias e depoimentos também foram usados no relatório finalizado em 6 de dezembro, dois dias antes da queda do ex-presidente Assad. 

Nas áreas mais afetadas, houve troca controle durante o conflito e a onda de saques foi “muitas vezes acompanhada de outras violações graves de direitos humanos”. Os atos foram atribuídos tanto às forças governamentais quanto os grupos armados. 

O estudo ressalta a alteração da composição demográfica de muitas aldeias, pequenas comunidades, cidades e áreas inteiras que provavelmente aconteceram de forma permanente. 

Depoimentos de grupos de direitos humanos  

Estima-se que meio milhão de pessoas morreram e milhões foram desalojadas no conflito que eclodiu em 2011, após repressão brutal das autoridades aos protestos antigovernamentais. 

A comissão cita depoimentos de grupos de direitos humanos relatando casos de saques e apreensões de bens durante o conflito, tanto em áreas mantidas pelo antigo governo quanto em locais fora de seu controle. 

Em áreas onde o deslocamento aconteceu em larga escala, as forças apoderaram-se de artigos domésticos e “desmontaram telhados, portas, janelas, estruturas metálicas, fios elétricos e encanamentos, tornando bairros inteiros inabitáveis.” 

Grupo de investigadores pede que todas as partes envolvidas na crise síria atuem para “prevenir e punir a roubo”,

Essa atuação foi seguida por saques sistemáticos e em larga escala realizados principalmente em áreas controladas por antigas forças do governo e por tais forças. A comissão teve provas de roubo sistemático coordenado por membros do antigo Exército sírio, das forças de segurança e milícias afiliadas. 

Em acordos envolvendo forças em conflito, empreiteiros e comerciantes foram usados artigos saqueados e, às vezes, vendidos em mercados criados especificamente para esse propósito. 

Ofensiva rebelde liderada por islâmicos 

O relatório revela ainda que em áreas controladas por grupos armados da oposição, os investigadores relataram saques com caráter mais “oportunista”, “embora às vezes com uma dimensão sectária”. 

Nesses lugares foram roubados artigos móveis e as casas eram frequentemente apreendidas ou ocupadas para acomodar tanto os combatentes quanto os civis deslocados. 

Os especialistas também alertaram que houve saques de casas em áreas recém-capturadas logo depois o derrube de Bashar al-Assad, em 8 de dezembro, após uma ofensiva rebelde. 

O grupo de investigadores pede que todas as partes envolvidas na crise síria atuem para “prevenir e punir a roubo”, além de protegerem seus bens. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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