O secretário-geral das Nações Unidas declarou nesta quarta-feira que a organização está “plenamente empenhada em apoiar uma transição harmoniosa de poder na Síria”.

António Guterres defendeu um processo político inclusivo, em que “os direitos de todas as minorias sejam respeitados” e a integridade territorial seja “totalmente restabelecida”.

Sinais de esperança

Durante encontro com o ministro das Relações Internacionais da África do Sul, Ronald Lamola, o líder da ONU disse que vê “sinais de esperança” na Síria, com a queda do presidente Bashar al-Assad após avanço de forças rebeldes no fim de semana.

Ele afirmou que o Oriente Médio está sendo remodelado e que é preciso abrir caminho para uma Síria unificada, onde os sírios “sejam capazes de escolher seu próprio destino”.

Guterres adicionou que o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen está articulando todos os atores-chave em torno deste objetivos.

Em declaração emitida nesta quinta-feira, Pedersen afirmou que “as imagens de Sednaya e de outros centros de detenção sublinham claramente a barbárie inimaginável que os sírios têm suportado e relatado durante anos”.

Justiça para vítimas de detenção

Ele pediu por uma “ação decisiva e compassiva” em apoio às famílias dos detidos, desaparecidos e recentemente libertados, incluindo cuidados médicos, apoio psicológico, assistência jurídica e abrigo seguro.

O enviado especial enfatizou que os locais de detenção, valas comuns e documentação relacionada devem ser preservados para ajudar as famílias na sua busca por justiça e responsabilização.

Para Pedersen, “a justiça para as vítimas e as suas famílias não é apenas um direito, mas também essencial para a cura e para a prevenção de novas violações”.

O diplomata ressaltou que inúmeras crianças, mulheres e homens ainda são mantidos arbitrariamente em centros de detenção sob diversas autoridades e devem ser liberados imediatamente.

Ele fez um apelo para que todas as partes cooperem com os órgãos especializados da ONU, incluindo a Instituição Independente sobre Pessoas Desaparecidas, o Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente, Iiim, e a Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria.

Uma equipe do WFP em Alepo, na Síria, distribui refeições quentes

Alta do preço de alimentos

Na frente humanitária, o Programa Mundial de Alimentos, WFP na sigla em inglês, informou que pretende ofertar assistência alimentar para 2,8 milhões de pessoas deslocadas em toda a Síria.

O diretor nacional da agência na Síria, Kenn Crossley, disse que “as rotas de abastecimento comercial estão comprometidas, os preços dos alimentos estão a subindo e a moeda do país está desvalorizando”.

Itens essenciais como arroz, açúcar e petróleo são escassos e os preços do pão dispararam, tornando extremamente importante a assistência humanitária, especialmente nesta época de inverno.

Assistência alimentar diária para 70 mil pessoas

Dado o rápido aumento das necessidades, o WFP afirmou que precisa de US$ 250 milhões nos próximos seis meses para comprar e fornecer assistência aos mais vulneráveis.

Nas últimas duas semanas, a agência conseguiu fornecer diariamente insumos, alimentos e refeições quentes, a quase 70 mil pessoas deslocadas em áreas duramente atingidas pelos conflitos.

Para Crossley, a ajuda alimentar não é apenas uma “tábua de salvação”, mas também uma forma das comunidades saberem que não estão sozinhas num momento em que se sentem vulneráveis e isoladas.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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