Dois meses após a queda do ex-presidente Bashar al-Assad, a Síria está acolhendo ações para encontrar milhares de pessoas desaparecidas.
Em visita ao país, concluída neste domingo, a equipe da Instituição Independente sobre Pessoas Desaparecidas na Síria, ouviu diversos testemunhos afirmando que “todo mundo conhece” alguém que sumiu sem deixar rastros.
Reuniões com o novo governo
A chefe do mecanismo, Karla Quintana, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores e Expatriados e com o vice-ministro da pasta, responsável por Assuntos Humanitários. Ela parabenizou a abertura das autoridades atuais para tratar do tema.
Os membros da equipe se reuniram com o ministro e o vice-ministro da Justiça, o procurador-geral e o chefe da Comissão Síria para Assuntos da Família e População.
A Instituição Independente também visitou Darayya e Tadamon, lugares marcados pela destruição e sofrimento, onde “atrocidades levaram ao deslocamento forçado de dezenas de milhares de famílias”.
Em Darayya muitas mulheres sírias revelaram que esta foi a primeira vez que foram perguntadas sobre seus entes queridos desaparecidos.
Karla Quintana (centro-direita), chefe da Instituição Independente, realiza reunião com organizações da sociedade civil em Damasco
50 anos de regime e 14 de guerra
A equipe visitou ainda a prisão de Sednaya, acompanhada da Associação de Detidos e Pessoas Desaparecidas da Prisão, e viu o local de sepultamento da Ponte de Bagdá nos subúrbios de Damasco.
Em nota, a entidade afirmou que é essencial compreender a “magnitude da tragédia após mais de 50 anos de regime de governo, incluindo 14 anos de guerra, ambos marcados por graves violações dos direitos humanos”.
A declaração ressalta que saber quem são os desaparecidos neste contexto deve ser “o primeiro passo para a verdade e para uma paz duradoura”.
A instituição defende que a construção de confiança é crucial para que muitos outros se apresentem para compartilhar suas histórias, como observado durante esta visita.
Instituição apresentará projeto às autoridades
Nas reuniões, a equipe do mecanismo ouviu os testemunhos de dezenas de famílias, com detalhes sobre suas lutas para encontrar seus entes queridos e suas preocupações.
Quintana destacou o papel da instituição no apoio aos esforços de cooperação internacional e no trabalho ao lado do governo e de grupos locais, garantindo que o futuro do país seja moldado, em primeiro lugar, pelo povo da Síria.
Nas próximas semanas, a Instituição Independente apresentará um projeto às autoridades para discussão com funcionários e famílias, para ajudar nos esforços coletivos para desvendar o paradeiro dos desaparecidos.
O mecanismo foi criado pela Assembleia Geral da ONU em junho de 2023, com o mandato de investigar o destino de todas as pessoas desaparecidas na Síria e apoiar as vítimas, incluindo os sobreviventes e as famílias.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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