O secretário-geral da ONU está em Adis Abeba, na Etiópia, onde se encontra com diversos líderes e participa de atividades da Cúpula da União Africana.
António Guterres disse que os desafios no continente são grandes, mas “as oportunidades são maiores”. Ele parabenizou a nova liderança do bloco, assumida por Angola.
Cessar-fogo e retirada das forças de Ruanda
“Presidente João Lourenço, parabéns e aguardo com expetativa a oportunidade de trabalhar consigo como novo Presidente da União Africana”.
O líder da ONU revelou que a reunião do Conselho de Paz e Segurança do bloco regional, realizada na sexta-feira, teve como foco as crises no Sudão e na República Democrática do Congo, RD Congo.
Em conversa com jornalistas, o secretário-geral afirmou que “a chave da solução” do problema na RD Congo está na União Africana.
Ele fez um apelo para que os países do continente busquem unidade e diplomacia para implementar medidas já acordadas como um cessar-fogo, a neutralização das Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda, Fdlr, e a retirada das Forças Armadas de Ruanda.
Pessoas fogem dos distúrbios na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo.
Região na “beira do precipício”
O chefe das Nações Unidas enfatizou que é absolutamente crucial interromper os combates porque o risco de expansão regional é muito elevado.
Em discurso para os líderes da União Africana neste sábado, Guterres afirmou que os combates em curso em Kivu do Sul, em meio à ofensiva do grupo rebelde M23, ameaçam “empurrar toda a região para o precipício”.
Segundo agências de notícias os confrontos já se instalaram nos subúrbios de Bukavu, a segunda maior cidade do leste do país.
Sobre o Sudão, o chefe das Nações Unidas disse que “o discurso de ódio e os ataques com motivação étnica estão aumentando” e a economia está em “queda livre”. Ele alertou para o fluxo de armas que causam instabilidade regional e deixam o povo sudanês preso em um “pesadelo”.
Justiça reparatória para África
Ao discursar na Cúpula da União Africana, Guterres também afirmou que está na hora de criar mecanismos de justiça reparatória para a África.
Ele destacou que o continente sofreu um profundo impacto do colonialismo e do comércio transatlântico de escravos.
Para Guterres, mesmo após a independência, as nações africanas foram marcadas por estruturas baseadas na exploração e em décadas de subinvestimento econômico, social e institucional.
Além disso, elas ainda estão “inexplicavelmente” sem representação permanente no Conselho de Segurança da ONU.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Cúpula da União Africana de 2025 em Adis Abeba, Etiópia
Desenvolvimento, clima e tecnologia
Para além das questões de paz e segurança, o secretário-geral abordou outros três temas com os líderes presentes na Cúpula.
Em primeiro lugar, o desenvolvimento sustentável, com investimento e financiamento acessível. Para o chefe da ONU, é preciso buscar reformas da arquitetura financeira internacional para dar aos países em desenvolvimento mais “voz, poder e representação”.
Guterres destacou ainda a importância de garantir ação e justiça climáticas para enfrentar uma ameaça existencial “que o povo africano não fez praticamente nada para criar”.
O terceiro tema abordado foi a inteligência artificial. O secretário-geral fez um apelo para garantir que a África não fique para trás na corrida tecnológica.
Falando em sua língua materna, o secretário-geral da ONU concluiu o discurso convocando a unidade africana: “Digamos com uma só voz: Viva África!”
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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