Em meio à falta de recursos e ações para alcançar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS, o Brasil pretende liderar uma força-tarefa internacional com foco em pelo menos três das metas estabelecidas pela ONU.
A criação de uma Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza é um dos principais temas apresentados pela delegação brasileira no Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece na sede das Nações Unidas em Nova Iorque até esta quinta-feira.
“Renovação de casamento”
Em entrevista para a ONU News, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, classificou a iniciativa como um “resgate” dos ODS, estabelecidos em 2015 para serem cumpridos até 2030. Até agora, apenas 17% das metas estão no rumo certo.
“Então aqui fica um convite para estarmos juntos na recuperação dos ODS 2030, de modo especial os Objetivos 1, 2 e 13 e para que a gente tenha assim a Aliança Global contra a Fome e Pobreza e claro, a gente possa chegar em 2030, olhar para trás e dizer: Eu sou parte de uma geração que venceu a fome, que venceu a pobreza no mundo. Eu acho que não tem algo melhor para a gente deixar para nossos filhos, netos e netas do que um mundo melhor”.
Segundo o ministro, o objetivo é que as ações dos países se tornem políticas de Estado e não meramente de governo, para que tenham sustentação de longo prazo. Para ele, aderir à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza seria como uma “renovação de casamento” dos países com as metas globais.
Prioridade para a emergência climática
Dias afirmou que além de reforçar os ODS relacionados à “Erradicação da Pobreza” e “Fome Zero”, a Aliança também enfatizará o ODS 13, de “Ação Climática”.
“A condição das mudanças climáticas aqui também tem a ver com uma necessidade humana. E temos experiências lá no meu país, na África e na Indonésia, na América Central, na América do Norte, na América do Sul, na Europa, de um casamento entre a prevenção, as mudanças climáticas e o social, a agrofloresta produtiva, onde você planta árvores que depois dão frutos e base para medicamento, cosmético, enfim. E ali se tem uma solução”.
O lançamento oficial da Aliança proposta pelo Brasil será realizado no dia 24 de julho, durante a uma reunião ministerial do G20, no Rio de Janeiro. A iniciativa será aberta a todos os países do mundo e não apenas aos membros do bloco que reúne as 20 maiores economias globais.
Experiências exitosas
O ministro espera contar com a adesão de “todos os países que disseram sim para os ODS em 2015”. Ele explicou que a Aliança será baseada em colaborações técnicas e trocas de experiência.
“Cada país soberanamente escolhe das experiências do mundo que deram certo, aquelas principais ali trabalhadas e com o apoio da FAO, do Banco Mundial, Unicef, enfim, com vários estudos, aquelas que se provaram como mais eficazes. Então o país escolhe aquelas cestas, faz o seu plano, estabelece as suas metas”.
A respeito da mobilização de recursos, Wellington Dias afirmou que é preciso garantir dinheiro para viabilizar um plano consolidado de todos os países.
Repactuação de dívidas
Ele afirmou que no âmbito do G20 “os países ricos cada vez mais compreendem que resolver o problema dos mais pobres é bom para o bem-estar social de todos”.
O ministro defendeu que os países desenvolvidos aceitem propostas como uma repactuação da dívida dos países pobres, com taxas e juros mais baixos e prazos adequados. Ele afirmou que, “em troca, este ganho pode ser direcionado para o plano da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza”.
Na segunda-feira, Dias participou de um evento de pré-lançamento do relatório da ONU sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, elaborado pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura, FAO, também conhecido como “Mapa da Fome”. O lançamento oficial será no Brasil, no dia 24 de julho, juntamente com o anúncio da Aliança Global na reunião do G20.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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