O secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas está em Brasília para discussões de planejamento da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o tema, a COP30, marcada para novembro, em Belém do Pará.

Durante a visita, Simon Stiell se reúne com o recém-anunciado presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago.

Inundações no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Muitos dos bairros mais afetados abrigavam refugiados

Financiamento climático “não é caridade”

Em discurso no Instituto Rio Branco, Stiell afirmou que no Brasil, no final deste ano, o mundo decidirá o quanto quer se proteger dos crescentes impactos do clima. Ele disse esperar que a COP30 resulte em acordos concretos “que atendam aos cidadãos e economias agora”.

O secretário-executivo ressaltou que o financiamento climático “não é caridade”, mas sim uma medida crucial para proteger cadeias de suprimentos globais de desastres em espiral que estão alimentando pressões inflacionárias.

Para Stiell, o aumento dos preços dos alimentos “têm as impressões digitais de secas, cheias, e incêndios florestais” que resultam das mudanças climáticas.

Ele adicionou que cada dólar investido em adaptação vale seis em contas de perdas e danos evitados e acima de tudo, “salva vidas em grande escala”.

Escapando de uma sentença de morte

Stiell afirmou que sem a cooperação climática global convocada pela ONU, com suas origens no Brasil em 1992, o mundo estaria caminhando para até 5C° de aquecimento global, o que seria “uma sentença de morte para a humanidade”.

Segundo ele, as medidas do Acordo de Paris, adotado há 10 anos, o mundo está a caminho de 3C° de aumento, o que ainda é “perigosamente alto”, mas já representa “uma nova era”.

Os planos climáticos nacionais que devem ser apresentados, este ano, por todos os países signatários do Acordo, estão entre os documentos “mais importantes que os governos produzirão neste século”.

Um trabalhador carrega um painel solar durante uma instalação residencial em Manila, Filipinas

Revolução energética “imparável”

Em seu primeiro dia no cargo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma medida que retira o país do acordo climático global.

Stiell afirmou que a energia limpa agora é “imparável” por causa da “escala colossal” de oportunidade econômica que ela apresenta. O setor registrou US$ 2 trilhões em investimento no ano passado, o dobro do que foi alocado em combustíveis fósseis.

O secretário-executivo declarou que “um país pode recuar, mas outros já estão se posicionando para tomar o seu lugar e colher as enormes recompensas”.

Para o chefe do clima, a nova tendência conduzirá a um crescimento econômico mais forte, mais empregos, menos poluição e custos de saúde muito mais baixos, além de energia mais segura e acessível.

Liderança brasileira

Em relação a preparação do Brasil para receber a COP30, ele disse que a floresta amazônica e seus povos indígenas ocupam um lugar central na ação climática global.

Para ele, ambos representam tanto a necessidade urgente de proteção como o “poderoso papel da natureza e da gestão coletiva na construção de um futuro sustentável”.

Na avaliação de Stiell, as negociações nas COPs evoluíram com o passar do tempo, mas o compromisso financeiro de US$ 300 bilhões por ano de apoio aos países em desenvolvimento, alcançado na COP29, precisa avançar para US$ 1,3 trilhão.

Ele disse que a “profunda experiência e habilidade do Brasil” são motivos para acreditar que este ano serão firmados acordos, em diversos setores, que podem levar o mundo adiante no combate à crise climática. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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