Funcionários humanitários da ONU alertaram nesta terça-feira que “caos e pânico” estão se espalhando no sul de Gaza, onde cerca de 250 mil pessoas serão afetadas pelas novas ordens de evacuação dos militares israelenses em Khan Younis.

A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, relatou mais uma noite de bombardeios pesados ​​no enclave. A agência afirmou ainda que as pessoas em fuga estão tendo que erguer abrigos na beira da água porque os campos de deslocados já estão lotados na orla.

“Decisões impossíveis”

Algumas semanas atrás, Khan Younis foi abandonada depois que intensos bombardeios israelenses danificaram ou destruíram casas e prédios, mas famílias com poucas opções foram para lá depois que as Forças de Defesa de Israel chegaram a Rafah no início de maio.

A especialista de comunicação da Unrwa, Louise Wateridge, afirmou que o novo desdobramento “é outro golpe arrasador para a resposta humanitária e para as famílias no local”.

Segundo ela, aqueles que foram forçados a se mudar agora têm uma série de “decisões impossíveis” a tomar sobre para onde ir. A representante da Unrwa reforçou que a costa de Gaza está “absolutamente lotada” de famílias que já tiveram que se mudar várias vezes.

Louise Wateridge relatou que o bombardeio pesado continuou “nas áreas norte, central e sul da Faixa de Gaza”, o que reforça a conclusão de que nenhum lugar é seguro. ⁠⁠

Impacto na entrada de ajuda

Apesar da falta de combustível e segurança, a Unrwa continua realizando entrega de água, pacotes de alimentos, farinha, fraldas, colchões, lonas e assistência médica.

A representante da agência disse que está se tornando “quase impossível para a ONU fornecer qualquer tipo de resposta devido ao cerco imposto por Israel”. Ela ressaltou que as novas ordens de deslocamento “impactam mais uma vez o acesso à passagem de fronteira de Kerem Shalom para receber itens de ajuda”.

Também nesta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, destacou como a falta de entregas de combustível “comprometeu significativamente” os cuidados médicos no enclave.

Em Gaza, muitas pessoas que fugiram das suas casas vivem em tendas

Combustível em falta

Somente o setor de saúde de Gaza requer 80 mil litros de combustível todos os dias para funcionar. No entanto, apenas entre 195 mil e 200 mil litros foram entregues no final de junho.

Segundo o diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, Hanan Balkhy, “nenhum combustível entrou em Gaza via Kerem Shalom desde então”.

Falando de Jerusalém por videoconferência, o funcionário da OMS explicou que a remessa teria que ser compartilhada por todos os setores, incluindo o de água, saneamento e higiene, que sozinho consome 70 mil litros por dia.

Balkhy afirmou que como resultado, “os hospitais estão novamente com falta de combustível, correndo o risco de interromper serviços essenciais, onde pessoas feridas estão morrendo porque os resgates de ambulância estão enfrentando atrasos”.

Aumento de doenças

De acordo com o trabalhador humanitário, a falta de gasolina e diesel também está afetando serviços essenciais de água e saneamento, como bombeamento de esgoto e coleta de resíduos.

De 15 a 23 de junho, os serviços de água e saneamento receberam menos de 5% do combustível necessário. Por isso, os profissionais do setor “são forçados a racionar as operações dos poços de águas subterrâneas municipais e das duas usinas de dessalinização de água em funcionamento”, reduzindo ainda mais a produção de água limpa.

O representante da OMS alertou que isso está “contribuindo significativamente para a disseminação de doenças”, destacando os picos no número de adultos e crianças que sofrem de males preocupantes transmitidos pela água, como hepatite A, diarreia, doenças de pele e outras.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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