Mais de 100 governos assumiram, nesta quinta-feira, compromissos históricos para acabar com a violência infantil. Nove países prometeram proibir o castigo corporal, um problema que afeta três em cada cinco crianças em seus lares.
Cerca de nove em cada 10 crianças ainda vivem em países onde as formas prevalentes de violência infantil, como castigos corporais, ou mesmo abuso e exploração sexual, ainda não são proibidas por lei.
Virando o jogo contra a violência infantil
Os resultados da primeira Conferência Ministerial sobre Violência contra Crianças, em Bogotá, na Colômbia, incluem ainda promessas de aumentar a idade legalmente permitida para o casamento e combater o bullying nas escolas.
Estima-se que mais da metade das crianças do mundo, cerca de 1 bilhão, sofram alguma forma de violência, como maus-tratos, principalmente castigos corporais, bullying, abuso físico ou emocional. Já a violência sexual afeta uma em cada cinco meninas e um em cada sete meninos.
A agressão contra crianças é muitas vezes oculta, ocorre principalmente a portas fechadas e é amplamente subnotificada. A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que menos da metade dos menores afetados contam a alguém que sofreram violência e menos de 10% recebem ajuda.
O diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, declarou que os países fizeram “promessas críticas que, uma vez promulgadas, poderiam finalmente virar o jogo contra a violência infantil”.
O líder da OMS enfatizou que “apesar de ser altamente evitável, a violência continua sendo uma realidade horrível do dia a dia para milhões de crianças em todo o mundo, deixando cicatrizes que se estendem por gerações”.
Soluções comprovadas
Tedros ressaltou a importância de tornar as escolas mais seguras e combater o abuso online para proteger as crianças de “danos duradouros e problemas de saúde”. Isso inclui ansiedade e depressão, comportamentos de risco como sexo inseguro, tabagismo, abuso de substâncias e desempenho acadêmico reduzido.
A ONU recomenda evitar a disciplina violenta e promover ações nas escolas para fortalecer as habilidades sociais dos alunos. Segundo a organização, é preciso prevenir o bullying e oferecer serviços sociais e de saúde adequados para crianças que sofrem com a violência.
Outra proposta é promulgar leis que proíbem a violência contra crianças e reduzem os fatores de risco subjacentes, como acesso a álcool e armas, e esforços para garantir o uso mais seguro da internet.
Declaração global sobre proteção das crianças
Os dados apontam que, quando os países implementam efetivamente essas estratégias, podem reduzir a violência contra crianças em 20% a 50%.
A Conferência Ministerial sobre Violência contra Crianças foi organizada pelos governos da Colômbia e da Suécia, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o representante especial do secretário-geral da ONU sobre Violência contra Crianças.
No encontro, que termina nesta sexta-feira, as delegações governamentais devem aprovar uma nova declaração global sobre proteção das crianças contra todos os tipos de violência, exploração e abuso.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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