ONU abriga Semana da Polícia com forças que atuam em 14 missões de paz

Começa nesta quarta-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, a Semana da Polícia. Militares de todo o mundo servem em missões de paz das Nações Unidas para ajudar a manter a paz e a segurança de países que emergem de conflito.

O papel dos policiais é proteger vidas e os ditames dos direitos humanos no combate à criminalidade, investigação de abusos, e para assegurar a justiça e apoiar na reconstrução de instituições em nações que se recuperam de guerras.

Cerca de 6,2 mil policiais atuam em 14 missões no mundo

A Polícia da ONU é um componente crucial das Operações de Paz e inclui cerca de 6,2 mil policiais em 14 missões incluindo a RD Congo, Chipre, Kosovo, Somália e Saara Ocidental.

Ao todo, 90 países contribuem para as atividades militares. Atualmente, a maior presença policial em missões da ONU se encontra na República Centro-Africana.

O subsecretário-geral do Departamento de Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, afirmou que a Polícia da ONU salva e vidas e melhora as condições das pessoas que vivem nesses países.

Durante o Encontro de Cúpula dos Comandantes da Polícia, em junho passado, ele lembrou que o trabalho é geralmente realizado em situações de perigo e difíceis, para que centenas de milhares de civis possam ser protegidos.

Todo 7 de setembro, a ONU marca o Dia Internacional da Cooperação Policial focando em cinco áreas de atuação dos militares em todo o globo que trabalham sob a bandeira azul da organização.

Referendo de independência no Sudão do Sul

A primeira área é a da restauração da lei e ordem. Um dos exemplos é o Sudão do Sul, onde a polícia ajudou a treinar a força local e ajudou o país a caminhar rumo ao referendo de independência em 2011, que levou à fundação da nova nação africana.

A proteção de civis é um outro foco dos militares da força policial da ONU. Na República Centro-Africana, os policiais das tropas de paz patrulham ruas e vizinhança para deter a violência e proteger os civis. Eles também entram em contato direto com a população para informar como cada um deve se resguardar.

Ali, policiais femininas trabalham com a sociedade incluindo mulheres e crianças para prevenir violência de gênero e assegurar que os autores sejam levados à justiça.

A Polícia da ONU também ajuda a combater o crime organizado transnacional.

Segurança no litoral de Timor-Leste

Um dos exemplos ocorreu durante a presença da Missão da ONU em Timor-Leste, o país de língua portuguesa no sudeste da Ásia.

Ali, os policiais ajudaram a fazer a segurança do litoral para repelir contrabando e outras ações criminosas quando a Unidade de Policiamento Marítimo atuou com especialistas da ONU no país.

Um outro caso passado ocorreu na Libéria na área de reconstrução pública da confiança na polícia.

Um exemplo na área da confiança entre a população, os policiais atuam com profissionalismo, imparcialidade e respeito aos direitos humanos servindo como modelos para a polícia local.

Presidente da Libéria elogiou pelotão feminino da ONU

Num momento, considerado histórico na Libéria, a Missão da ONU mobilizou o primeiro pelotão só de mulheres policiais, em 2007.

O contingente da Índia inspirou outras missões e as próprias mulheres da Libéria a se candidatar a vagas na força policial do país. A ação foi reconhecida pela presidente da Libéria, na época, Ellen Sirleaf Johnson, como um modelo de autonomia feminina.

Por último, a Polícia das Nações Unidas busca promover um policiamento inovador nos países em que atua. Como os ambientes são desafiadores, os militares tentam adaptar-se a uma nova realidade ajustando seus papéis à demanda local.

Boina-azul agraciada com prêmio internacional em 2023

Um dos temas é o incentivo ao uso da tecnologia moderna, com recursos de análise de dados e comunicação ao mesmo tempo em que promovem a pesquisa e novos métodos de trabalho.

Um dos exemplos ocorreu Minusca, na República Centro-Africana, quando uma policial da Indonésia, Renita Rismayanti, ajudou os colegas centro-africanos a criarem um mapa para analisar áreas mais críticas de criminalidade para melhorar o planejamento das operações policiais no país africano.

O apoio da boina-azul foi reconhecido com o Prêmio Policia Mulher da ONU em 2023, que honra mulheres nas forças de paz que desafiam normas de gênero e quebram barreiras em suas áreas de atuação.