Na Síria, crescem as esperanças de que a maior crise de deslocamentos forçados do mundo possa finalmente ser resolvida após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad no país.
De acordo com a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, ao longo dos últimos 14 anos de conflito e da crise, mais de 13 milhões foram forçados a abandonar as suas casas, metade da população do país no período anterior à guerra.
Movimentações dos deslocados
Cerca de 7 milhões de sírios estão deslocados e outros 5 milhões vivem como refugiados, principalmente em países vizinhos, incluindo a Turquia, o Líbano e a Jordânia, mas também na Europa e outras áreas.
Desde o início da ofensiva militar da oposição em 27 de novembro, que culminou na derrubada do regime, cerca de 1 milhão de pessoas foram recentemente deslocadas de áreas nas províncias de Alepo, Hama, Homs e Idlib.
Além disso, entre setembro e novembro, a Síria recebeu mais de meio milhão de pessoas que fugiam dos ataques aéreos israelenses no Líbano. Cerca de 60% eram sírios que regressavam e o resto eram libaneses.
Desde que o cessar-fogo entre Israel e o Líbano entrou em vigor, em 27 de novembro, mais de 40 mil libaneses regressaram ao seu país.
Retorno para casa
Nos últimos dias, milhares de refugiados sírios começaram a regressar ao país vindos do Líbano através do ponto de fronteira oficial de Masnaa e de outras passagens de não oficiais.
Ao abordar a situação na fronteira com o Líbano, o representante do Acnur na Síria, disse que conheceu uma família de sírios que estavam voltando para casa após esperar 12 anos por esse dia.
O representante do Acnur, Gonzalo Vargas Llosa, explicou que para essa família o regresso foi uma celebração, mas outros refugiados preferem aguardar a evolução da situação.
Jornada cheia de ameaças
A agência acompanha estes repatriados na sua jornada para protegê-los de ameaças e ajudá-los a enfrentar desafios socioeconômicos.
Em entrevista para a ONU News, a assessora sênior de comunicação do Acnur explicou que a primeira preocupação da agência é com a segurança e a proteção, pois em um contexto de conflito ativo, existe o risco de “prisões arbitrárias, detenção e recrutamento militar”.
Rula Amin, ressaltou que outro conjunto de obstáculos diz respeito às condições de vida, incluindo falta de meios de subsistência, oportunidades, hospitais e escolas.
Proteção internacional
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que há uma oportunidade notável para a Síria avançar em direção à paz, mas com “a situação ainda incerta, milhões de refugiados estão avaliando cuidadosamente o quão seguro é o retorno”.
Grandi acrescentou que os refugiados devem ser capazes de tomar decisões informadas e sem pressão indevida.
Segundo agências de notícias, vários governos da Europa suspenderam decisões sobre pedidos de asilo de sírios enquanto aguardam clareza sobre as condições de segurança e direitos humanos no país.
O Acnur pede a todos os Estados que garantam que os sírios que precisam de proteção internacional ainda possam buscar segurança e asilo.
Assim que as condições na Síria estiverem mais claras, o Acnur também fornecerá orientações detalhadas sobre as necessidades de proteção internacional dos sírios, o que ajudará os Estados no processamento de pedidos.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
To submit your press release: (https://www.globaldiasporanews.com/pr).
To advertise on Global Diaspora News: (www.globaldiasporanews.com/ads).
Sign up to Global Diaspora News newsletter (https://www.globaldiasporanews.com/newsletter/) to start receiving updates and opportunities directly in your email inbox for free.