Começou nesta segunda-feira o segmento ministerial do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, na sede da ONU em Nova Iorque.
O Brasil está entre os 37 países que irão realizar revisões nacionais voluntárias da implementação da Agenda 2030 durante o encontro. Dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU, cinco estarão em destaque.
“As gerações futuras merecem mais do 17%”
São eles: o combate à pobreza, a luta contra a fome, o enfrentamento da mudança climática, promoção de sociedades pacíficas e inclusivas e o estabelecimento de parcerias que permitam o alcance das metas globais.
Na abertura do segmento ministerial, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável representam uma promessa de um futuro melhor para milhões de pessoas ao redor do mundo.
No entanto, ela ressaltou que apenas 17% das metas internacionais estão sendo cumpridas e que “certamente as gerações futuras merecem mais do que 17% de um futuro sustentável”.
Dentre as barreiras que explicam o atraso, Amina Mohammed destacou “falta de financiamento, tensões geopolíticas, falta de confiança, conflitos violentos, a emergência climática e uma crise de endividamento paralisante”.
Guerras desviam recursos urgentes
Ela pediu que o Estados-membros passem de palavras às ações e lembrou que conflitos como os de Gaza e da Ucrânia causam “uma terrível perda de vidas e desviam a atenção política e recursos limitados do trabalho urgente de acabar com a pobreza e impedir a catástrofe climática”.
Aos líderes presentes na Assembleia Geral, a vice-líder da ONU pediu que “parem de gastar com guerras e destruição e invistam na paz e no desenvolvimento”.
Em seu discurso, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Dennis Francis, enfatizou que faltam apenas seis anos de prazo para o cumprimento dos ODS, conforme previsto na Agenda 2030. Ele afirmou que “atualmente 1,1 bilhão de pessoas estão vivendo em pobreza multidimensional”.
Francis alertou que se não forem tomadas ações impactantes, 8% da população global, o que representa 680 milhões de pessoas, ainda serão assoladas pela fome até 2030.
Desenvolvimento para prevenir conflitos
Ele disse que é preciso “fazer muito mais e imediatamente”, incluindo enfrentar as “causas mais profundas da pobreza e da fome”, bem como as conexões mais amplas desses temas com os conflitos, mudanças climáticas e choques econômicos.
O presidente da Assembleia Geral sublinhou que menos de um quinto dos ODS estão avançando e que as lacunas resultam em perdas de vidas. Francis enfatizou que não há, “literalmente”, tempo a perder.
A presidente do Conselho Econômico e Social, Ecosoc, Paula Narváez, afirmou que o mundo olha para a ONU como “fonte de respostas às múltiplas crises” atuais e como uma organização que seja “capaz de preveni-las”.
Segundo ela, o desenvolvimento sustentável é um “requisito fundamental para prevenção e criação de resiliência perante conflitos e emergências”.
Narváez mencionou a situação em Gaza, Sudão do Sul, Haiti, Ucrânia como um lembrete de que a falta de desenvolvimento “agrava a instabilidade e perpetua o sofrimento humano”.
Debate geral
O Fórum Político de Alto Nível é organizado pelo Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Ecosoc, e tem como objetivo debater o “desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza em tempos de múltiplas crises”, com foco em soluções sustentáveis, resilientes e inovadoras.
A sessão de abertura é seguida por um debate geral, que tem como tema “da Cúpula dos ODS à Cúpula do Futuro”. Será um momento para que os ministros e representantes de alto nível dos Estados participantes, bem como outras partes interessadas troquem experiências, lições aprendidas, orientações políticas, ações transformadoras e iniciativas.
O objetivo central pé dar seguimento à Declaração Política do Cúpula dos ODS de 2023 e contribuir para os preparativos da Cúpula do Futuro, que será realizada em setembro de 2024.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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