ONU quer investigação de ataque russo que matou 9 crianças na Ucrânia

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas condenou o ataque da Rússia contra a Ucrânia que matou 18 pessoas, no sábado, incluindo 9 crianças.

O alto comissário Volker Turk expressou choque com a ofensiva das Forças Armadas russas. Ele pediu uma investigação imediata e independente do que aconteceu.

Crianças brincavam num parque

A maioria das crianças estava brincando num parque da cidade de Kryvyi Rih, que está localizada a 70 km da fronteira do leste da Ucrânia.

Segundo relatos de testemunhas, o ataque com um míssil balístico é o mais fatal contra menores desde o início da guerra em fevereiro de 2022.

Para Turk, é um horror inimaginável que crianças inocentes estejam brincando num parque e de repente percam a vida para uma arma militar explodindo em cima delas.

Uma equipe do Escritório de Direitos Humanos da ONU esteve no local e ajudou a identificar os corpos.

As outras vítimas foram atingidas num restaurante e em prédios residenciais. O alto comissário afirma que o ataque aparenta ser um desrespeito tremendo à vida dos civis.

Dezenas de pessoas reunidas num restaurante

O míssil foi disparado pouco antes das 7h da noite, horário local, e feriu pelo menos 75 pessoas incluindo 12 crianças. Havia centenas de pedaços de estilhaços nos prédios, nos bancos de balanço e escorregadores do parque, árvores e no chão.

A autoridades da Rússia admitiram ter alvejado um grupo militar. Mas moradores da área, um comerciante e um funcionário do restaurante atingido contaram à ONU que dezenas de mulheres e homens estavam no estabelecimento participando de um evento do setor de beleza.

O evento foi anunciado amplamente na internet e não havia nenhuma presença militar no local ou arredores, segundo as testemunhas.

Agências de notícias citam vídeos que mostram corpos espalhados pelas ruas.

Crimes de guerra?

Volker Turk lembrou que a lei humanitária internacional exige de todos os lados de um conflito que utilizem meios de combate que diferenciem alvos militares e civis e minimizem os riscos à vida das pessoas.

Ataques indiscriminados não são permitidos pela lei humanitária internacional e quando são configurados ataques contra civis, eles podem constituir crimes de guerra.