A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, participa nesta semana na terceira rodada de reuniões com enviados especiais sobre o Afeganistão. O encontro em Doha, Catar, conta com a participação das autoridades de facto pela primeira vez.
Segundo a representante das Nações Unidas, está também foi a primeira vez que um amplo grupo da comunidade internacional e das autoridades de facto afegãs tiveram a oportunidade de realizar discussões tão detalhadas.
Mulheres e sociedade civil
Em conferência de imprensa, ela afirmou que os debates se basearam nas áreas prioritárias listadas na avaliação independente que o Conselho de Segurança da ONU reconheceu em novembro passado. DiCarlo avaliou que o grupo busca uma abordagem baseada em princípios, passo a passo, com uma compreensão clara dos resultados e compromissos de todos os lados.
Citando as críticas que o encontro recebeu por não contar com a participação de mulheres, DiCarlo destacou que as preocupações e os pontos de vista das mulheres afegãs e da sociedade civil estiveram em primeiro plano.
Segundo ela, para as Nações Unidas, a inclusão significativa das mulheres nos processos políticos e de paz é um princípio orientador. DiCarlo adicionou que essas questões foram levadas à todas as sessões com as autoridades de facto.
A subsecretária-geral avalia que embora as mulheres e a sociedade civil não tenham participado das conversas dos últimos dias, “elas fizeram com que suas vozes fossem ouvidas”. Ela adicionou que a sociedade civil tem um papel legítimo a desempenhar na definição do futuro do Afeganistão.
Engajamento é não reconhecimento
Em sua declaração a jornalistas, ela afirmou que a ONU enfrentou “uma escolha muito difícil, talvez impossível”, ao organizar esta reunião. Lembrando que a organização tem um mandato para apoiar esse processo, DiCarlo ressaltou que a missão era reunir as autoridades de facto e os enviados especiais para conversações diretas.
Ela lamentou que o Talibã se recusou a dialogar com a sociedade civil afegã nesse formato. Mas, segundo DiCarlo, eles ouviram “muito claramente a necessidade de incluir as mulheres e a sociedade civil em todos os aspectos da vida pública”.
A chefe de Assuntos Políticos da ONU também enfatizou “que essa reunião e esse processo de engajamento não significam normalização ou reconhecimento”. Ela afirmou que espera que as trocas dos últimos dois dias apoiem na resolução de alguns dos problemas que estão tendo um impacto profundo sobre o povo afegão.
Para a chefe dos Assuntos Políticos da ONU, acima de tudo, a discussão confirmou a unidade da comunidade internacional em sua determinação de continuar o envolvimento com o Afeganistão.
DiCarlo afirmou que serão formados grupos de trabalho em duas áreas: setor privado e o combate ao narcotráfico. Ela espera que sejam criados grupos em outras áreas prioritárias, especialmente direitos humanos e, em particular, os direitos de mulheres e meninas.
Direitos humanos e das mulheres
A reunião segue as conversas em Doha em maio de 2023 e fevereiro de 2024. Ela proporciona discussões diretas entre enviados especiais para o Afeganistão de países da região e do mundo todo e as autoridades afegãs de fato. Cerca de 30 países e instituições internacionais foram convidados a participar.
A reunião de Doha discute a avaliação independente sobre o envolvimento com o Afeganistão apresentada ao Conselho de Segurança em novembro de 2023. Em 2 de julho, em Doha, a subsecretária-geral e os enviados especiais devem se reunir com representantes da sociedade civil afegã, incluindo defensores dos direitos humanos e dos direitos das mulheres.
A representante especial do secretário-geral e chefe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, Unama, Roza Otunbayeva, também participará das discussões em Doha.
Antes da reunião, a subsecretária-geral DiCarlo afirmou que “as discussões de Doha fazem parte de um processo; não são um evento isolado”. Para ela, o objetivo final desse processo é um Afeganistão em paz consigo mesmo e com seus vizinhos, totalmente integrado à comunidade internacional e que cumpra suas obrigações internacionais, inclusive em relação aos direitos humanos, especialmente os das mulheres e meninas.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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