Conectar 300 milhões de pessoas em toda a África à eletricidade ainda nesta década foi o tema que dominou a Cúpula Africana da Energia Missão 300, que aconteceu até esta terça-feira em Dar Es Salaam, Tanzânia.

Instituições financeiras globais anunciaram acordos na reunião. O Banco Africano de Desenvolvimento, BAD, prometeu conceder entre US$ 10 e 15 bilhões. Já o Banco Mundial colocará até US$ 40 bilhões ao dispor da região.

Criação de soluções

No evento, a subsecretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse haver imenso potencial na região. Ela se dirigiu a chefes de Estado, líderes empresariais, parceiros de desenvolvimento e outros envolvidos no que considera “um esforço histórico”.

Também foram debatidas a criação de soluções ​​para abordar a lacuna energética da África e a aceleração do progresso em direção às metas de desenvolvimento sustentável.

A reunião confirmou os integrantes da nova iniciativa Pactos Nacionais de Energia, que além do país anfitrião reúne ainda a Nigéria, o Senegal e a Zâmbia. O objetivo é mobilizar investimentos em larga escala e reformas políticas nessa direção.

Pelo menos 12 nações aprovaram iniciativas de energia voltadas para expandir a energia renovável, melhorar a infraestrutura da rede e aumentar o acesso a soluções de cozinha limpas.

ONU Tanzania/Istan Mutashobya

Dançarinos tradicionais se apresentam na Cúpula Energética da Missão 300 África em Dar es Salaam, Tanzânia

Acesso à energia

Discursando na cúpula, Amina Mohammed destacou o papel transformador da energia para o desenvolvimento sustentável. Ela realçou que a África tem atualmente um dos níveis mais baixos de acesso à energia, mas também é uma das regiões mais vulneráveis ​​à intensificação dos choques climáticos.

A vice-chefe das Nações Unidas destacou ainda a riqueza em recursos de energia renovável e minerais essenciais, que são fundamentais para a transição energética.

Para a presidente da Tanzânia, Samia Suluhu, a cúpula envolve o empoderamento de famílias, com o foco em tirar milhões da pobreza e fornecer esperança e oportunidades para os jovens.

Nesse sentido, ela caracterizou o evento como um incentivo à transformação econômica pelo potencial de “fornecer indústrias, criar empregos e estimular a inovação em toda a África”,

Novo paradigma de desenvolvimento econômico

Uma das ambições do país da África Oriental é expandir a capacidade de eletricidade para 4 mil megawatts até o final do ano, com 61% provenientes de energia limpa e renovável.

Para a vice-secretária-geral da ONU, a África também abriga uma população jovem e empreendedora vibrante oferecendo imenso potencial para “mostrar ao resto do mundo como pode ser um novo paradigma de desenvolvimento econômico baseado em sustentabilidade, resiliência, justiça e inclusão.”

Mohammed enfatizou a interconexão entre energia e desenvolvimento sustentável, afirmando que o maior acesso à energia não é apenas crucial para atingir as metas globais, mas também serve como “catalisador para um desenvolvimento mais amplo”.

Os progressos impulsionados pelo acesso à energia limpa e sustentável envolvem ainda setores como saúde, educação e igualdade de gênero, ao mesmo tempo em que são estimulados o crescimento econômico e a ação climática.

A cúpula também destacou o duplo desafio de expandir o acesso e reduzir os riscos à saúde associados à pobreza energética.

*Com reportagem do Centro de Informação da ONU em Dar Es Salaam.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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