Terminou, em Nova Iorque, a reunião do Segundo Comitê Preparatório para a Quarta Conferência Internacional para o Desenvolvimento.
O encontro copresidido por Portugal e Burundi é parte da organização da conferência, marcada para junho de 2025, em Sevilha, na Espanha.
Lacuna de US$ 4 trilhões por ano
A seis anos do prazo para a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, os países-membros da ONU tentam fechar a lacuna de pelo menos US$ 4 trilhões por ano para implementar o plano de ação.
Portugal foi representado em Nova Iorque pelo seu secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Nuno Sampaio.
Nesta entrevista à ONU News, ele disse que seu país apoia novas formas de financiar o desenvolvimento incluindo a proposta de troca de dívidas.
Questões ambientais e climáticas
“É preciso que ponhamos nas nossas ações aquilo que está nas palavras. E para isso é preciso que se trabalhe de forma de muito pragmática. Também que se consiga encontrar soluções novas porque se não estamos a andar a velocidade necessária, se não estamos a corresponder a esse calendário, então, temos que por um lado intensificar, mas não apenas intensificar, mas procurar novas funções de desenvolvimento, de financiamento como, por exemplo, a troca de dívida para constituir fundos que possam responder às questões ambientais e climáticas.
Para o secretário de Estado de Portugal, Nuno Sampaio, a questão do desenvolvimento é multidimensional e as nações avançadas precisam apoiar àqueles países que têm vulnerabilidades.
Em Nova Iorque, os países participantes debateram arquitetura financeira internacional, uma política fiscal feminista para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, e uma reforma global de impostos, entre outros temas. A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, afirmou que os ODS estão paralisados e que precisam ser revitalizados.
Pacto para o Futuro e aceleração da Agenda 2030
A reunião discutiu elementos que devem constar do texto final com propostas e mudanças ocorridas desde a primeira conferência sobre o tema em 2015, em Adis Abeba, na Etiópia.
Em setembro, deste ano, a Assembleia Geral da ONU adotou o Pacto para o Futuro que exige medidas mais ambiciosas para salvar a Agenda 2030.
Todos os anos, Portugal destina 500 milhões de euros como ajuda ao desenvolvimento. O país também coopera com várias nações incluindo algumas de língua portuguesa em ações para o desenvolvimento.
Guterres nomeia grupo de peritos sobre crise da dívida
Ainda nesta sexta-feira, o secretário-geral da ONU nomeou um grupo de peritos para promover soluções políticas de resolução da crise da dívida.
O objetivo do grupo é obter apoio político e público para o tema. Muitos países não têm como arcar com investimentos para o desenvolvimento porque têm que executar o pagamento de suas dívidas com credores internacionais.
Os peritos devem reportar o resultado do trabalho à Quarta Conferência Internacional para Financiamento do Desenvolvimento, em Sevilha de 30 de junho a 3 de julho.
A equipe será liderada pelo enviado especial sobre o tema, Mahmoud Mohieldin e co-presidida pelo ex-comissário europeu para Economia, Paolo Gentiloni, o ex-ministro da Finança da África do Sul, Trevor Manuel, e pela pesquisadora acadêmica sênior do Centro de Política para o Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, Yang Wang.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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