O coordenador humanitário da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Muhannad Hadi, concluiu uma visita na Faixa de Gaza, na quarta-feira. Ele passou por diversas zonas destruídas, hospitais e abrigos.
Hadi conversou com moradores e disse que “aqueles que não morrem por causa de balas ou bombas podem perder a vida por falta de cuidados de saúde adequados, falta de alimentos ou de água potável”.
Sensação de estar no “corredor da morte”
O coordenador humanitário contou que conheceu pessoas em hospitais “que sentem que estão no corredor da morte” e que muitos abrigos carecem de serviços básicos e comida.
Para ele, a situação está piorando, com o setor da saúde completamente deteriorado. Após visitar o Hospital Nasser, relatou que viu mães sentadas ao lado de seus filhos sem saber se eles receberiam o tratamento necessário.
Hadi elogiou as equipes médicas que continuam seu trabalho em meio a condições “catastróficas”.
Ainda na quarta-feira, a ONU lançou um apelo urgente de US$ 4,1 bilhões para responder as necessidades humanitárias de cerca de 3,3 milhões de pessoas em Gaza e na Cisjordânia, incluindo no próximo ano. Quase 90% desses fundos são para a resposta humanitária em Gaza.
Moradia em escombros e desespero por comida
Em entrevista à ONU News, o chefe de Comunicação em Emergências do Programa Mundial de Alimentos, WFP na sigla em inglês, afirmou que a devastação no enclave é “absolutamente chocante”.
Falando de Gaza, Jonathan Dumont explicou que na região sul, muitas pessoas vivem em tendas e com a chegada do inverno “não têm escolha senão voltar para suas casas, que muitas vezes são literalmente escombros”.
Ele relatou que as pessoas estão verdadeiramente desesperadas por comida e que isso está “evidente no rosto e no olhar delas”.
O representante do WFP afirma que “houve um colapso total da sociedade” e, portanto, não há policiamento. Nesse contexto, começaram a surgir gangues na parte sul de Gaza, o que resultou em caminhões da agência sendo saqueados e motoristas espancados.
Terra de ninguém
Dumont destacou que boa parte do território é uma “terra de ninguém”. Ele relatou que os edifícios mais icônicos da Cidade de Gaza foram totalmente destruídos e o local se tornou uma “cidade fantasma”.
Segundo Dumont, os preços dos alimentos que não chegam via apoio da comunidade internacional e agências como o WFP, estão “absurdos”. Ele relatou que em alguns mercados, a pimenta custava US$ 195 o quilo.
O chefe de Comunicação em Emergências disse que é preciso garantir um fluxo consistente de alimentos. Na ausência de um cessar-fogo, ele defendeu a busca por soluções para que as pessoas tenham acesso à comida de maneira ordenada e segura.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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