A cidade de Goma, na República Democrática do Congo, segue sob ocupação e controle do grupo rebelde M23 e das Forças de Defesa de Ruanda, segundo a vice representante especial da Missão da ONU no país, Monusco.
Falando de Goma, Vivian van de Perre relatou que a situação continua “altamente volátil com risco persistente de escalada”. Ela disse a jornalistas, em Nova Iorque, que todas as saídas da cidade e o aeroporto são controladas pelos rebeldes.
Monusco abriga 2 mil deslocados
A representante da Monusco explicou que a missão opera em um ambiente muito desafiador, com suas bases lotadas com equipes da ONU e congoleses em busca de abrigo.
Ela afirmou que as estruturas não são preparadas para acomodar tantas pessoas e que recursos essenciais como água e alimentos estão sob pressão crescente. Apesar destes obstáculos, a Monusco está abrigando e protegendo cerca de 2 mil deslocados em suas unidades.
As tropas da missão estão se movimentando ao redor de Goma, mas apenas para abastecer suas bases. A representante especial relatou que patrulhas não são autorizadas e que qualquer movimentação deve ser avisada com 48 horas de antecedência.
Ameaça ao país e à região
Ela disse que as equipes da ONU já registraram mais de 2 mil corpos encontrados nas ruas de Goma, e outros 900 estão em necrotérios de hospitais. Muitos cadáveres estão em decomposição em certas áreas, trazendo o risco de epidemias, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Para a representante da Monusco, a situação no leste não é mais limitada ao Kivu do Norte, onde fica Goma, e coloca uma “clara ameaça para o país inteiro e para a região”.
Van de Perre destacou preocupação com a situação na província de Kivu do Sul, onde conflitos intensos foram relatados, com o M23 a 15km da capital provincial, Bukavu.
Ela comentou ainda que há risco de fechamento do aeroporto de Kavumu, que atualmente está servindo para movimentação de civis e de ajuda humanitária na região.
Impacto de cortes de ajuda pelos Estados Unidos
Van de Perre relatou que a Organização Internacional para Migrações, OIM, e parceiros humanitários foram impactados pela ordem de interrupção de atividades, na sequência do congelamento de financiamento de projetos pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, Usaid.
Afirmando que ações militares não resolverão o conflito, a representante da Monusco pediu o fim da violência e que as partes se comprometam com um diálogo político, guiado pelo Processo de Paz de Luanda.
Para ela, as causas raízes do conflito que precisam ser resolvidas incluem a “maldição dos recursos naturais”, como o coltan usado na fabricação de telefones celulares, conflitos étnicos, pobreza e tensões ainda não resolvidas do genocídio de 1994 em Ruanda.
Van de Perre concluiu dizendo que a RD Congo não pode continuar com a população capturada por esses ciclos repetidos de violência.
Ela reiterou que a Monusco continua empenhada no seu mandato de proteger os civis e o pessoal da ONU, apesar da situação de segurança cada vez mais volátil.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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