O Sudão do Sul está retornando a um cenário de guerra civil, semelhante ao dos conflitos de 2013 e 2016, que deixaram mais de 400 mil mortos. O alerta foi feito pelo secretário-geral da ONU, em Nova Iorque, nesta sexta-feira.

Falando a jornalistas, António Guterres apelou aos líderes do país para que “deponham as armas e coloquem o povo do Sudão do Sul em primeiro lugar”.

Confrontos, revolta política, segmentação étnica e desinformação

O chefe da ONU defendeu o fim imediato “da política de confronto”, libertação de oficiais militares e civis detidos e restauração total do governo de Unidade Nacional, para impedir que o país caia num “abismo”. 

Guterres ressaltou que o Sudão do Sul vive confrontos cada vez mais intensos, com bombardeios aéreos de civis e presença e forças estrangeiras, juntamente com uma revolta política, que culminou na recente prisão do primeiro vice-presidente Riek Machar.

Para o secretário-geral, a segmentação étnica e política pelas forças de segurança, somada à disseminação de desinformação nas mídias sociais, está “acendendo o pavio para algo ainda pior”.

Ele enfatizou que o acordo de paz em vigor no país desde 2018 está agora “desmoronando”.

Um soldado da paz da Unmiss guarda um helicóptero que teve que fazer um pouso de emergência

Esforços para resgatar o acordo de paz

Guterres pediu que os líderes sul-sudaneses cumpram as promessas que fizeram no acordo de paz, que classificou como “a única estrutura legal para eleições pacíficas, livres e justas em dezembro de 2026”.

Ele também pediu à comunidade regional e internacional, como garantidores do acordo de paz, que falem a uma só voz, de forma “clara, unificada e retumbante” em apoio ao processo de paz e contra quaisquer tentativas de prejudicá-lo.

Quando perguntando sobre diálogos com líderes sul-sudaneses, Guterres disse que um “painel dos sábios” está sendo criado para realizar visitas e conversar com ambos os lados em busca do reestabelecimento de condições para a paz.

O líder da ONU destacou que o Sudão do Sul também enfrenta um “pesadelo humanitário”, com cerca de três em cada quatro sul-sudaneses precisando de assistência e metade da população sofrendo de insegurança alimentar grave.

A Missão da ONU no país, Unmiss, está trabalhando intensamente para aliviar as tensões e aumentar a proteção de civis, mas enfrenta limitações operacionais.

Histórico do conflito

O país mais jovem do mundo está afundado em um conflito que eclodiu logo após a independência em 2011.

Os combates envolvem as forças do governo, lideradas pelo presidente Salva Kiir e combatentes leais ao seu rival Riek Machar, que assumiu o cargo de primeiro vice-presidente desde 2020, em uma ampla coalizão governamental.

Os confrontos aumentaram essa semana, com ataques relatados entre as tropas do governo, das Forças de Defesa do Povo do Sudão do Sul, e o Exército de Libertação do Povo do Sudão, ao sul da capital Juba, e em Wunaliet.

A situação no Alto Nilo, no norte do país, também está volátil. No início deste mês, o chamado Exército Branco, uma milícia jovem, invadiu o quartel do exército sul-sudanês em Nasir.

Em resposta, as forças do governo lançaram bombardeios aéreos de retaliação em áreas civis, usando bombas de barril que supostamente continham itens altamente inflamáveis.

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

To submit your press release: (https://www.globaldiasporanews.com/pr).

To advertise on Global Diaspora News: (www.globaldiasporanews.com/ads).

Sign up to Global Diaspora News newsletter (https://www.globaldiasporanews.com/newsletter/) to start receiving updates and opportunities directly in your email inbox for free.