O mundo da liderança política continua na mão dos homens. Essa é a conclusão do novo relatório do Mapa da União Interparlamentar-ONU Mulheres sobre as Mulheres na Política. O documento foi apresentado na Comissão do Estatuto da Mulheres, que ocorre em Nova Iorque.
Na edição de 2025, que também marca o 30º aniversário da Declaração de Pequim e da Plataforma de Ação sobre os direitos femininos, o documento mostra que a quantidade de homens em postos no legislativo e no executivo é três vezes maior que o de mulheres.
Falta de avanço é alarmante
Se comparado ao ano de 2024, a subida de mulheres em Parlamentos pelo mundo foi de 0.3 pontos percentuais. O mapa representa os últimos rankings de mulheres em posições de comando em parlamentos nacionais desde 1 de janeiro deste ano. Atualmente, 27,2% dos assentos em todo o mundo em casas legislativas são ocupados por mulheres.
Já quando o tema são posições no governo, houve uma queda de 0.4 pontos percentuais. A mudança é fracionária.
A presidente da União Interparlamentar, Tulia Ackson, afirma que a falta de progresso é alarmante, especialmente quando ano após ano são realizadas eleições pelo mundo.
A presidente da União Interparlamentar, Tulia Ackson, afirma que a falta de progresso é alarmante
Democracia depende da participação das mulheres
Segundo ela, já passou da hora de ações decisivas mudarem esse quadro. Uma situação que afeta a saúde de democracias inteiras.
O secretário-geral da entidade, Martin Chungong, afirma que a falta de progresso para acelerar a igualdade de gênero depende da ação de homens também.
Para ele, é uma responsabilidade coletiva para assegurar que as mulheres integram papéis de liderança promovendo uma democracia mais inclusiva e robusta.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, lembrou que 30 anos após a Declaração de Pequim, a promessa de igualdade na liderança política não foi cumprida.
Ela afirma que o progresso não é somente lento, mas está regredindo. E ninguém deve aceitar um mundo onde metade da população é excluída, sistematicamente, do processo de decisão.
Europa tem maior número de chefes de Estado e governo
As mulheres ocupam posições de liderança em apenas 25 países. A Europa segue sendo o continente com o maior número delas como chefe de Estado ou governo.
Mesmo que 2024 tenha sido um ano de momentos pioneiros incluindo a primeira eleição de mulheres líderes no México, na Namíbia e na Macedônia do Norte, 106 países nunca tiveram uma líder feminina.
No caso de mulheres em gabinetes, como ministras de Estado, o número caiu.
Em 1 de janeiro deste ano, a proporção delas na liderança de Ministérios diminuiu para 22,9% contra 23,3% há um ano. Apenas nove nações, a maior parte na Europa, alcançaram gabinetes paritários com 50% ou mais de mulheres no governo como ministras.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, lembrou que 30 anos após a Declaração de Pequim, a promessa de igualdade na liderança política não foi cumprida
Mulheres são excluídas de áreas chaves
Nicarágua lidera a lista com 64,3% seguida de Finlândia com 61,1%, Islândia e Liechtenstein com 60% e Chile com 50%.
O relatório informa que áreas como relações exteriores, finanças e fiscal, defesa e interior seguem controladas, na maior parte, por homens. As mulheres tendem a atuar em assuntos femininos, direitos humanos e sociais.
O mapa das Mulheres alerta sobre a falta de crescimento no ano passado, que foi um ano com muitas eleições pelo mundo. O avanço é o mais lento desde 2017.
Os dados também revelam disparidades.
As Américas têm a maior proporção de mulheres deputadas com 34,5% e mulheres porta-vozes em Parlamentos com 33,3%.
O continente é seguido por Europa com 31,8% de deputadas e 30,4% de líderes na Casa. Oriente Médio e Norte da África aparece no fim da lista com apenas 16,7% delas ocupando assentos e nenhuma mulher como porta-voz ou líder do Parlamento.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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