Unrwa atua junto a palestinos após prazo de Israel para suspender atividades

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, revelou nesta sexta-feira que realiza o trabalho humanitário nos territórios palestinos, incluindo em Gaza.

A declaração foi feita a jornalistas, em Genebra, pela diretora de comunicação, Juliette Touma, na sequência da entrada em vigor da proibição israelense adotada em outubro interrompendo as operações da agência em terras israelenses.

Caminhões com suprimentos básicos

Pela nova lei, a partir desde 30 de janeiro deveria ser restrito o contato entre autoridades israelenses e o pessoal da agência em áreas que incluem Jerusalém Oriental.

Touma disse que a agência continua fornecendo serviços e reiterou que vem sendo a “espinha dorsal da resposta humanitária internacional” em Gaza. Ela disse que algum pessoal internacional continua na área onde circulam caminhões com suprimentos básicos.

A representante ressaltou, no entanto, que qualquer interrupção do trabalho da Unrwa em Gaza colocaria em risco o acordo de cessar-fogo que recentemente interrompeu a guerra entre Israel e o Hamas. Para ela, sem permissão para continuar a transportar e distribuir suprimentos “o destino do cessar-fogo já muito frágil estará em risco e em perigo”.

No entanto, a equipe palestina da Unrwa na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental enfrenta dificuldades. Um dos exemplos são incidentes de arremessos de pedras e assaltos em postos de controle.

A representante disse haver um “ambiente excepcionalmente hostil”, no mesmo período em que persiste uma campanha de desinformação. Touma considera a atuação “uma “jornada difícil” com os funcionários atuando de forma protegida.

Fim do prazo dos vistos

Uma parte da equipe internacional da Unrwa partiu das áreas de atuação na sequência do fim do prazo dos vistos para trabalhar.

Para a Organização Mundial da Saúde, OMS, há imensas necessidades em meio à destruição em larga escala do sistema de serviços em Gaza. Metade dos 36 hospitais funciona parcialmente, bem como poucos centros de saúde primários e instalações de campanha.

A implementação do cessar-fogo aumentou a ajuda e 62 caminhões chegaram desde que a pausa começou a ser cumprida. No final de semana, mais 22 caminhões deverão chegar à área. No total, a OMS garante suprimentos para cobrir as necessidades de 1,6 milhão de pessoas nos estoques de Gaza.

Com a escalada no fluxo d pessoas para o norte aumentam as necessidades de saúde. Desde segunda-feira houve 423 mil palestinos cruzando em direção à área. Apenas 10 hospitais trabalham parcialmente na Cidade de Gaza e um no norte.

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU disse que recebeu quatro médicos americanos que o comoveram com seus depoimentos e dedicação após trabalharem em Gaza.

Eles contaram que mais de 2,5 mil crianças devem ser imediatamente evacuadas da área para ser tratadas, com garantia de que poderão retornar às suas famílias e comunidades.