Após visitar as Nações Unidas pela primeira vez para participar dos dias de ação da Cúpula do Futuro, o influenciador brasileiro Pedro Loos disse que se sente mais inspirado a produzir conteúdo sobre os “vários problemas do mundo”.

Em entrevista para a ONU News, o criador e diretor do canal Ciência Todo Dia afirmou que se sente com uma “sensação maior de propósito” para falar especialmente sobre mudanças climáticas.

Entrevista completa com Pedro Loos

Queimadas no Brasil

“A gente está sofrendo bastante com as queimadas, tanto a Floresta Amazônica quanto o estado de São Paulo. E eu acho que o Brasil como um todo experienciou isso e sentiu na pele a consequência. Eu moro em Santa Catarina e a gente passou uma semana com o céu cinza de uma nuvem de cinzas que estava dificultando a respiração de várias pessoas de viagem. Vários problemas médicos, principalmente respiratórios. Então agora eu acho que, eu acho não, tenho certeza de que eu quero voltar para casa e começar a lidar com esses assuntos de uma maneira muito mais enfática. Porque eu acho que eu ouvi várias discussões importantes agora que me colocaram um norte e me deram uma sensação de propósito maior do que quando eu cheguei”.

O produtor de conteúdo científico declarou que as reuniões que presenciou na ONU o deixaram “mais preparado e motivado” a buscar formas de comunicar esta crise de um jeito que as pessoas possam entender realmente o impacto dela.

Ele defendeu uma comunicação sem polarização ou agressividade, que permita “conversar com todo mundo, inclusive pessoas que acham que o aquecimento global não é causado por seres humanos”.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Imagens aéreas mostram áreas devastadas pelo fogo no Pantanal

Perda de confiança nas instituições

Pedro Loos ponderou que a falta de confiança na ciência é reflexo de um processo de perda de confiança nas instituições nos últimos anos, incluindo governos e mídias tradicionais. Segundo ele, foi nesse contexto que surgiram os influenciadores, proporcionando uma experiencia maior de conexão humana.

“Então, assim, me deixa muito triste que ainda hoje a gente tenha que replicar e lutar para que as pessoas aceitem algumas coisas que já estão estabelecidas na ciência por pelo menos dois mil anos. Só que eu acho que a internet e a globalização da comunicação e o acesso facilitado a se tornar uma mídia, no caso de youtubers, creators, influenciadores, eles vieram como um grande aliado nesse momento agora. Mas eu acho que tudo isso surge um pouco dessa desconfiança que as pessoas têm e só agora a gente está aprendendo a usar o poder de influenciadores para poder passar essas mensagens positivas pro mundo”.

O influenciador também comentou como as novas tecnologias digitais estão impactando o mundo da educação. Para ele, os professores estão em uma posição difícil, pois são mal remunerados e não dispõem de infraestruturas adequadas, mas por outro lado, o “sistema educacional está precisando de uma reforma urgente”.

Futuro da educação

“Veja que hoje existem diversas novas ferramentas que não estão sendo discutidas. Elas são ignoradas no nosso sistema escolar ainda, por exemplo, inteligências artificiais que podem ser um grande aliado de estudantes, principalmente porque elas podem ser bem personalizadas de acordo com o aprendizado de cada estudante. Elas ainda são vistas como erradas. Os alunos são punidos por usar a inteligência artificial”.

Pedro Loos disse acreditar que o papel do professor deveria ser transformado. Isso implicaria deixar de ser aquele que detém a informação para ser um “guia”, que ensina como verificar e “selecionar o que é uma boa informação válida e o que é uma informação que talvez não seja verdade”.

Sobre a experiência na ONU, o youtuber mencionou ainda que ficou muito impressionado com o dado de que 2,6 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à internet, o que representa 33% da população mundial.

Enquanto defensor da internet como forma de democratizar a informação, ele disse que nunca tinha pensado para pensar nesse problema que afeta diretamente o trabalho que realiza. 

Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).

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