Zico, como é conhecida a lenda do futebol brasileiro Arthur Antunes Coimbra, é o entrevistado do novo episódio do Podcast ONU News. Além de destacar momentos memoráveis de sua carreira e contar como atua no esporte atualmente, ele enfatizou a força do futebol como ferramenta para promover a paz e ações sociais.
Com uma carreira brilhante que começou no Flamengo e se estendeu a conquistas internacionais, Zico promove o futebol como um meio de formação de cidadãos e avalia que o esporte poderia ter um papel mais decisivo para mediar tensões globais.
Partida de futebol que parou uma guerra
“O futebol, principalmente aqueles que estão em atividade, tem muito mais facilidade, muito mais mídia, muito mais espaço. Por ser um esporte que agrega e que tem maior visibilidade no mundo, deveria dar um passo a mais. Não só se estar no meio do futebol, ele tinha que ter um espaço amplo para ajudar os países, ajudar nos conflitos… nós tivemos, no nosso país, o maior jogador da história, que é o Pelé, grande referência para todos nós. Na África, ele parou uma guerra. Ele foi lá jogar com o Santos, parou a guerra para verem ele jogar. Isso é o que representa o futebol”.
O ex-artilheiro do Flamengo visitou a sede da ONU, em Nova Iorque, em meio a homenagens oferecidas por comunidades do Brasil e do Japão radicadas nos Estados Unidos.
Zico faz referência a um conflito na Nigéria, em 1969. Embora a história seja contestada, ela é utilizada como uma referência sobre o poder do esporte em unificar povos e juntar pessoas de diversas origens.
Assim, o “Galinho”, mais um dos apelidos do jogador, avalia que muitos futebolistas fazem um trabalho social individual, que poderia ter ainda mais impacto se fosse organizado.
Zico afirma que sempre procurou contribuir além dos campos e mencionou a criação do “Jogo das Estrelas”, que há 20 anos arrecada fundos para entidades beneficentes do Rio de Janeiro.
Zico 10
Além disso, Zico se dedica à educação de jovens através de suas escolas de futebol, a “Zico 10”. Estas escolas não apenas ensinam habilidades futebolísticas, mas também focam na formação do caráter e cidadania dos alunos. Ele enfatiza a importância de preparar os jovens para a vida, independente de se tornarem ou não jogadores profissionais.
“Não é só o futebol, é a questão da formação do cidadão. A gente tem que saber que você pode ir para o futebol, mas se você tiver bem formado, se não der certo no futebol, o mundo não vai acabar para você. Você está bem-preparado com as coisas que você aprende no futebol, as regras que tem no futebol, de ser um esporte democrático, um esporte que todos podem participar, seja branco, negro, amarelo, seja magro, alto, gordo, seja pobre ou rico. Não importa, todo mundo vai participar. […] o futebol você não pode jogar para si. É um esporte coletivo. E esse esporte coletivo te faz entender que você é uma peça, uma engrenagem daquele grupo.”
A visão de Zico sobre o futebol como ferramenta para a paz e a educação reflete sua própria experiência de vida e carreira. Ele também apontou para a necessidade de solidariedade genuína, sem interesses.
Legado e frustrações
Zico também revelou sua maior frustração profissional: não ter participado em uma Olimpíada. Ele foi eleito o melhor do mundo em 1983, disputou três Copas do Mundo e foi homenageado em diversos partes do mundo. Lembrando de sua trajetória aclamada, ele lamentou quando foi cortado da equipe olímpica.
“Eu não tive a felicidade de disputar uma Olimpíada. Fui cortado para a seleção na convocação. Você vê como é que são as coisas. Eu fui para o pré-olímpico, fiz o gol da classificação. Ganhamos da Argentina de 1 a 0, eu fiz gol. E fomos classificados para ir para Olimpíada de Munique – aquela Olimpíada que teve o atentado. Eu não fui, fui cortado. Estou falando da maior decepção que eu tive na minha vida, na minha carreira. E foi a única vez que eu que eu quis parar de jogar futebol.”
Por fim, Zico continua a inspirar novas gerações com seu exemplo de dedicação e amor pelo futebol. Ele acredita que a determinação e os valores éticos aprendidos no esporte são fundamentais para o sucesso dentro e fora dos campos.
“Minha vida foi toda pautada nesse sentido,” concluiu Zico, mostrando que sua paixão pelo futebol vai além do jogo, buscando sempre usar o esporte como uma força para o bem social.
Source of original article: United Nations / Nações Unidas (news.un.org). Photo credit: UN. The content of this article does not necessarily reflect the views or opinion of Global Diaspora News (www.globaldiasporanews.net).
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